domingo, novembro 09, 2014

"Como imaginas o funeral dos teus pais?"

Não param as reacções ao anúncio da Fidelidade que pergunta "Como imaginas o funeral dos teus pais?"



Não vejo o grande drama à volta deste anúncio... Ok, confronta-nos com um tema sobre o qual ninguém gosta de falar, mas quantas vezes já ouvimos um amigo dizer qualquer coisa como:
- quando morrer quero ser cremado e que espalhem as minhas cinzas pelo rio Tejo;
- quando morrer gostava que passassem Elvis Presley no meu funeral;
- quando morrer quero rosas brancas; etc.

E se tivermos de tratar do funeral de um ente querido? Porque razão é mais fácil falar da nossa morte do que da morte de alguém que amamos?  Sim, magoa mais do que pensarmos na nossa própria morte.

Mas será "sempre pior para quem cá fica" como garante o anúncio? Não, o mal é sempre de quem vai! Por mais castrador que seja o sofrimento, o mal é sempre de quem deixa de viver e de sorrir! E é só nisto que o anúncio erra! Não é preciso mandar os criativos da Fullsix (responsavéis pelo anúncio) para a fogueira, bolas! Até porque o Halloween já lá vai...

Mais mórdido do que o anúncio da Fidelidade é a proposta da empresa suíça Algordanza Memorial Diamonds. A Algordanza propõe-se a um "funeral" completamente inovador transformando cinzas do nosso ente querido num diamante. Isso mesmo, é possível prestar a devida homenagem transportando os restos mortais no dedo anelar com um diamante de cor azulada disponível em três cortes diferentes.

A propósito da nova rubrica da Limonada, "Perguntas Absolutamente Incríveis", imaginemos o seguinte cenário:
Duas amigas:
-Que lindo o teu anel, foi o teu marido que te ofereceu?
-Mais ou menos, o diamante foi feito com os restos da minha sogra!

Ele há gostos para tudo!





5 comentários:

  1. A primeira vez que vi o anúncio fiquei boquiaberta. O anúncio faz a pergunta que ninguém quer responder ou pensar. Toca definitivamente na ferida. Mas ideia de ter o nosso ente querido num diamante … definitivamente é mórbida! Por outro lado dá sentido à frase “ele era uma jóia de pessoa” ;)

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  2. "era uma jóia de pessoa" é muito bom, nomeadamente no caso das sogras, lol

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  3. Lido assim, até tem a sua piada, mas não consigo conceber a coisa feita e articulada no momento de dor da família.
    Ainda hoje me apetece apertar o pescoço do funcionário da funerária, que nos perguntou se queríamos usar o cabelo da minha Avó para colocar em uma jóia, não é fácil nem pacífico :-/

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  4. Bom, nunca tinha ouvido falar desse tipo de diamante, mas acho original :) A morte é sempre um tema que tentamos fugir a 7 pés, e é o mais certo que temos nesta vida :) Quanto mais tarde melhor!

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  5. Não acho que seja mais dificil para quem morre do que para quem fica. Não sei. Nunca morri. Não sei se é mau morrer. Não sou religiosa e não acredito em paraíso nem inferno. Mas a verdade é que não sei. Mas sei que para quem fica é mau, muito mau. Felizmente nunca passei pela morte de ninguém muito próximo de mim, e nem quero imaginar.
    Agora andar com a sogra no anel, dependendo da senhora em questão, mas se for como algumas que já conheci, era no mínimo irónico!

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