sexta-feira, outubro 16, 2015

Boteco das Tertúlias - #2 O Outono na minha cidade!

Hoje é dia de Boteco das Tertúlias! E o tema deste mês é o Outono na minha cidade.





Na minha cidade com o Outono, como em tantas outras por esse Portugal fora, os dias ficam mais curtos, as folhas mudam de cor, caem as primeiras chuvas, arrumam-se as fotografias de Verão, regressa-se ao trabalho.

Mas na minha cidade, no Outono, substituem-se os festivais de verão pelos teatros e outras actividades indoor, terminam as festas sunset nos rooftops da moda e regressam os espectáculos produzidos pelas companhias de bailado internacionais, as corridas para a praia transformam-se em visitas a museus ou idas ao cinema, os jantares em esplanadas trocam-se por casas de fados e locais mais acolhedores. Acabam os caracóis e os petiscos para começar a aparecer o Cozido à portuguesa e os pastéis de bacalhau com arroz de feijão, a castanha e a água-pé...  e já começa a cheirar a Natal...

As fotografias têm um tom amarelo-acastanhado, os jardins cheiram a terra molhada, o calor já não aperta e fica mais fácil explorar a cidade, partir à descoberta. 



Voltar ao Museu da Electricidade ou fazer a travessia de Cacilheiro até à outra margem. 




Revisitar Belém e o maravilhoso Mosteiro dos Jerónimos com direito a passeio de eléctrico e pastéis de nata. 


Fazer a Baixa Pombalina até ao Terreiro do Paço de Tuk Tuk, ou pura e simplesmente pegar na máquina fotográfica e descobrir novas esquinas.





Como diria Nietzsche, o Outono é mais estação da alma do que da natureza. E o Outono também faz falta, também apetece, tal como apetecem as tardes menos abrasadoras. O corpo pede transição, a alma exige mudança. Não pode ser Verão eternamente. Nem na natureza, nem nas nossas vidas. 



Assim como todos os anos chega o Outono à minha cidade, este ano entrou-me de rompante o Outono da minha vida. Este Outono fiz 40 anos e com eles a necessidade de auto-análise, de auto-avaliação. A certa altura é momento de colher os frutos daquilo que semeámos na Primavera e no Verão das nossas vidas, é momento de olharmos para trás já com uma alma mais amadurecida, e revermos o que fizémos bem, o que fizémos mal, o que já não tem solução, o que podemos remediar e o que devemos plantar de novo. Analisar o passado para projectar melhor o futuro, aceitando todas as estações da vida como aceitamos as estações do ano.

Quando chegar o Inverno afogamos as tardes de domingo em sessões de cinema no sofá enrolados na manta ou em tardes na cozinha a fazer biscoitos e chá. Até lá, e enquanto as condições climáticas assim o permitirem, vamos aproveitando os raios de sol e os finais de tarde relativamente mornos. Tanto os da natureza como os da alma. Tanto os da minha cidade como os da minha vida.



Os restantes textos do Boteco das Tertúlias, sobre o Outono em diversas cidades, podem encontrá-los aqui:
ByCatarina
Contador de Estorias
Life´s Textures
ExpressoandStroopwafel

Vale bem a pena!

7 comentários:

  1. Quase que senti o cheiro a castanha assada.

    ResponderEliminar
  2. Obrigada. Fez-me muito sentido este conceito Outono como estação da alma! Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Limonada da Vida, gostei mesmo das fotos e da descricao dos dias. Deste-me umas saudades grandes de Lisboa! Acho que os meses de Outono e Inverno sao excelentes para introspeccao, auto-analise e ate alguma produtividada adicional (ha poucas coisas la fora para nos distrair), e so nesse sentido e que acredito que os 40 anos sejam o Outono da Vida!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ahahaha, deve ser só uma fase pela qual estou a passar, então! Obrigada pelas tuas palavras

      Eliminar
  4. E logo eu que nunca visitei Lisboa e quero tanto, ando aqui a perder-me nas fotografias! Nada de chuva, ainda para mais! Gostei muito!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Também cá temos chuva no Outono, mas intervalada com dias de sol quentinhos e que nos permitem passear bastante ainda. Tens de vir cá!

      Eliminar

Diz o que te vai na alma