sexta-feira, janeiro 29, 2016

Cenas que me lembro... #7


Aquele momento em que a impressora deixa de funcionar, tu ligas e desligas fios, reinicias o computador, entras no "Ajuda" da HP, dás voltas e dás mais voltas e às tantas dás por ti a soprar para a ficha na esperança que, por magia, a impressora comece a funcionar.

‪#‎Quemnunca‬ ‪#‎aforçadeumsopro‬

sábado, janeiro 23, 2016

Isso é para ela saber o caminho para casa!

Ontem foi dia de volta quinzenal pelas pessoas sem-abrigo com a Comunidade Vida e Paz.

Normalmente esses sem-abrigo são pessoas nossas conhecidas. Sabemos os seus nomes e onde costumam estar, assim como eles sabem quem somos e o nosso propósito.

Ontem, demos com um casal que ainda não nos tinha aparecido, o João e a Maria.

O João e a Maria são um casal cigano jovem, cerca de 30 anos. Aproximaram-se da traseira da nossa carrinha num dos nossos pontos de paragem junto às Avenidas Novas. Eu entrego o habitual saco de comida e sirvo-lhe um copo de leite. Ele pergunta-me: "tem roupa de senhora? É aqui para ela que precisa de roupa". Digo-lhe para perguntar na parte da frente da carrinha, junto das outras voluntárias que estão a distribuir roupa.

Olho para a Maria, atrás do seu João. Segue-o com um ar envergonhado e de braços encolhidos.  Não sei se de frio, se de vergonha,  se ambos.

Uma das nossas voluntárias é assistente social e, muito por culpa da sua experiência profissional, mete conversa, faz perguntas, pergunta-lhes se são ciganos, brinca com eles imitando o seu sotaque, cria um clima de relativo à-vontade que permita ao João e à Maria partilhar connosco um pouco da sua história.

João , mais extrovertido e falador, diz-nos que não têm documentos, pois foram assaltados e tudo o que tinham estava na mala de Maria.

Maria não fala. Mesmo quando lhe fazemos perguntas directas, ela responde "ele é que sabe dessas coisas". Posicionada sempre atrás de João, retraída, cabeça para baixo, vergonha em falar, braços dobrados sobre a barriga, encolhida.

A certa altura a voluntária  pergunta directamente "então e essa nódoa negra aí no pescoço, Maria? Foi alguma brincadeira?"

Maria arranca os olhos do chão, leva a mão ao pescoço, olha para João e lança um sorriso embaraçado.

João fala por ela e faz questão de sublinhar: " isso é para ela saber o caminho para casa, agora já sabe!" Assim, sem medos, sem meias-medidas, sem gota de arrependimento! Ali não mora a culpa.

Deu-me vontade de lhe dizer "mas qual casa, se tu moras na rua, meu bandalho?"

Fiz das tripas coração para não lhe dar uma murraça, fiz das tripas coração para não lhe pedir de volta o saco de comida que há minutos lhe tinha dado e para não o obrigar a vomitar o copo de leite que lhe servi.

Por momentos pensei para os meus botões: "Não foi para isto que eu saí de casa!

Normalmente no fim da volta, chego a casa de coração cheio, com a certeza de que ajudei quem mais precisa, quem está no limiar da pobreza. Apesar de cansada, apesar de ter largado a minha família e o conforto do meu lar para ir ajudar estranhos, chego a casa feliz.

Ontem cheguei a casa com a sensação de impotência e com a certeza de que nem todos merecem a nossa ajuda! Por momentos, lembrei-me "E ainda falam nos refugiados oportunistas".

Para quem, na questão dos refugiados, argumenta que temos de cuidar primeiro dos nossos, eu respondo que preferia mil vezes que aquele saco de comida e copo de leite tivessem ido parar ao estômago de um sírio que deu tudo o que tinha e correu risco de vida para arrancar a sua família da violência da guerra, do que a este ignorante miserável que se sente gente quando agride a mulher alegadamente para a meter no sítio.

Mas quem sou eu para definir quem merece ou não merece?


Já parávamos de ter orgulho nisto!

Sim, nós somos e fazemos tudo isto, ao mesmo tempo, sem precisar de ajuda de ninguém, e ainda temos uma profissão. Quando é preciso, aparece feito!
Mas continuamos armadas em super-mães e super-mulheres como se fosse uma vergonha ter ou pedir ajuda, orgulhando-nos de uma certa 'escravidão'.
Já parávamos de ter orgulho nisto, não? 



sexta-feira, janeiro 22, 2016

Gente que me irrita ... #7 (os inoportunos)


Sabem aquelas pessoas que ligam uma vez, e nós não atendemos, desligam e voltam a ligar, e mais uma vez, e mais outra, e mortificam-te até tu já não puderes mais ouvir o toque do teu telefone, e tu pões o telefone no silêncio e eles continuam a ligar, e tu começas a pensar "mas será que morreu alguém?", "será que devo atender?", "para me estar a ligar assim deve ser urgente", e então largas tudo o que estás a fazer ou sais da casa-de-banho ainda de calças na mão, atendes e perguntas "Então, está tudo bem?" e do outro lado respondem "Está! Está tudo ok! Liguei só para te perguntar, tens visto a Não-sei-quantas?"

Sabem este tipo de pessoas? Sabem? Sabem?!!!
Grrrrrrr



domingo, janeiro 17, 2016

Gente que me irrita ... #6 (Os Donos Disto Tudo)


À saída de uma marisqueira fina, reputada e altamente conhecida no centro de Lisboa (não interessa qual, aquela que toda a gente adora, famosíssima até entre os turistas,  o Ramiro, pronto!):

Quando abro a porta para sair, deparo-me com uma fila de espera enorme à porta, e entra de rompante, vindo nem sei bem de onde, um betinho. Daqueles com ar de quem é aficcionado de tauromaquia, que trata as amigas da mãe por tia, que já conhece o dono do restaurante e por isso passa à frente de todos os energúmenos que perdem tempo em filas de espera.

Eu abro a porta para sair e ele entra! Entra e fica à minha frente a tentar furar, sem me dar qualquer oportunidade de sair. Aliás, eu acho que o menino está tão habituado a que lhe abram a porta para tudo na vida que nem reparou que eu não era o porteiro.

Como na parte de dentro do restaurante está tudo a abarrotar, nem ele entra nem eu saio.

E digo-lhe eu, que já tinha bebido umas imperiais:  "e que tal deixar-me sair, hein? Se calhar deixava-me sair, já que até fui eu que abri a porta, é que se me deixar sair se calhar consegue entrar!"

O menino estava a pedi-las!








sábado, janeiro 16, 2016

Boteco das Tertúlias ... # 5- Resoluções de Ano Novo



Decisões que impliquem mudanças estruturantes na nossa vida tomam-se em qualquer altura do ano, mas com a presença de um Novo Ano há a necessidade de enterrar fantasmas e renovar felicidades.

À meia-noite do dia 31 soletram-se desejos de saúde, amor, sorte e dinheiro enquanto se devoram as doze passas, na esperança de que com isso (mais a cueca azul bebé que se estreia nessa noite) o ano que se avizinha seja melhor do que o anterior.

Ora se deixarmos o destino do Novo Ano entregue a uvas passas e à cueca azul, corremos sérios riscos de ser tão mau ou pior que o anterior.

Nós temos de dar um empurrãozinho! Com o Ano Novo renova-se a esperança de que possamos tomar decisões que melhorem a nossa vida, pois não são as uvas passas que o vão fazer por nós.

A lista de resoluções de Ano Novo é infindável e depende das circunstâncias e vontades de cada um, mas aqui vão algumas só a título de exemplo:

- Deixar de fumar
- Ter um filho
- Fazer Voluntariado
- Poupar todos os meses para ir de férias no próximo Verão
- Adoptar um animal
- Fazer refeições saudáveis e guardar apenas um dia por semana para comer "lixo" (atenção que eu não disse fazer dieta)
- Ler mais livros
- Fazer amizades novas que nos trazem sorrisos
- Beber 2 litros de água por dia
- Apagar a televisão durante a hora do jantar
- Arriscar um novo projecto profissional
- Nunca mais dizer "Talvez" ou "Pode ser" quando nos apetece dizer "Não"!
- Dizer todos os dias "Gosto de ti" ou "Fazes-me bem" a alguém que amemos de verdade: pai, mãe, filho/a, marido/esposa, namorado/a, amigo/a, irmão/ã...
- Fazer exercício físico
- etc, etc, etc...

Alguns destes exemplos foram decisões minhas. Vamos ver se consigo manter-me fiel a elas.

Seja a começar por te arrastar lentamente do sofá para fazer alguns exercícios simples ou a dar forte no treino para poder participar na próxima maratona de Lisboa, o que importa é a decisão, a mudança, o fazer algo por ti e que refresque a tua vida. Just do it!

Lá para meados de 2016 voltamos a falar...




A rubrica BOTECO DAS TERTÚLIAS é uma colaboração mensal com os blogues:
Bycatarina
Espressoandstroopwafel
Lifes Textures
Contador de Estorias
Vão lá cuscar o tema deste mês nos blogues das outras meninas!








sexta-feira, janeiro 15, 2016

Limonada da Vida ... #24


Aquele momento em que aproveitamos o facto de viajarmos sozinhas para soltar a franga e pôr o Karaoke em dia. 

Isto é Limonada da Vida!



#GuiltyPleasures #LimonadaDaVida
#IWillSurvive #CantoMelhorQueAGloriaGaynor #CenasQueMeLembro




quarta-feira, janeiro 06, 2016

Sou só eu?

Sabem aquele anúncio em que a mãe está de rastos por causa da gripe e a filha não se cala que quer ir à festa da Mariana? 

Aquele em que a mãe se limita a responder à chata da filha com um "Ai filha, pede ao paí", sabem?


Sou só eu a ter vontade de dar um estalo àquela miúda?


#‎SerMãe‬ ‪#‎HojeEuNãoMeRecomendo‬


segunda-feira, janeiro 04, 2016

A Smartieteen faz 15 anos!

Parabéns filhota!
15 anos de ti, parece impossível...
Dá para parar um pouco o tempo? Está a passar rápido demais, e eu ainda tenho tanto de ti para absorver.

Bem sei que o que importa é o que está para vir e o que ainda temos para viver, mas há momentos que me apetecia congelar para todo o sempre. São coisas de mãe, mas eu sei que tu me entendes. 

Um brinde a ti e ao teu futuro, minha princesa! 
Vive, sorri, chora, aprende, erra, levanta-te, corrige-te, ama, ama muito, faz o que gostas, mantém por perto quem te faz bem, testa os teus limites, vê até onde queres chegar e atreve-te a ser o melhor que podes ser. Celebra cada alegria, cada carinho, cada amigo, cada amor.  
Nunca desistas, mesmo quando nem tudo corre como desejas. Estarei a teu lado, sempre!
Amo-te infinitos mil.
#sweet15

O mundo divide-se entre ... #6


O mundo divide-se entre as pessoas que ouvem "Hello" e pensam "from the other side" e
 as que ouvem "Hello" e respondem "is it me you´re looking for?"


#generationgap