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segunda-feira, novembro 30, 2015

Natal (im)perfeito do IKEA

É por isto que gosto desta marca.

Vai directa ao assunto, não anda cá com rodeios, nem com pais natais que bebem coca-cola, nem filhos que fazem vídeos para juntar os pais separados. Sim, esses anúncios são bonitos e enternecedores, porque o Natal é uma época mágica, de sonhos e de surpresas, etc, mas sejamos francos, o Natal também é muito isto.





Enquanto somos crianças, achamos que o Natal só é Natal se as famílias estiverem em total paz e harmonia. Depois crescemos e não é nada assim, mas não faz mal. Pode não ser como idealizámos, pode não ser como nos filmes ou nos anúncios de TV, mas é Natal na mesma.

O Natal não é exclusivo das famílias perfeitas. Também é do "Nuno que não se dá bem com a sogra", é do "Luís que faz confusão à tia Nela" e da "Teresa que se divorciou do Carlos". E não é por isso que devemos deixar de gostar de o celebrar.

O Natal é "complicado", mas tal como o resto dos dias do ano, o Natal é aquilo que fizermos dele. Já viram o ar do Carlos? Aquele que se divorciou da Teresa... O homem não podia estar mais feliz da vida.

O Natal também é isto! Estarmos de bem com o caminho que escolhemos.





sexta-feira, novembro 27, 2015

Há dias assim...



Vais a um serviço de finanças dizem-te para resolver nas finanças do imóvel.
Vais a outro serviço de finanças dizem-te para tratar na área da tua residência.
Recorres ao atendimento e-balcão respondem que antes disso tens de preencher o Modelo 1.
Ligas para a linha de apoio dizem-te que não vale a pena preencher nada porque a dívida não é tua, mas sim de quem comprou o imóvel.

E o ordinário ainda de me desliga o telefone na cara, só porque lhe disse que ele percebia menos de matéria fiscal do que eu...

Nem quando queremos pagar, eles se entendem!









quarta-feira, novembro 25, 2015

Cenas que me lembro #6


Aquele momento em que chegas a uma festa e não conheces ninguém a não ser a atarefadíssima e sem-tempo-para-te-dar-conversa organizadora do evento.


Iniciativa Natal Solidário pela Odisseias:

Natal Solidário pela Odisseias:

Sim, estas coisas são para se fazer todo o ano e não apenas no Natal, mas já que é nesta onda de espírito natalício que muitas vezes a solidariedade transborda, temos de aproveitar e partilhar estas iniciativas o mais que pudermos.

Natal Solidário Odisseias tem o objectivo de angariar brinquedos para que neste Natal nenhuma criança fique sem um miminho. Com apenas 5€ podemos doar um sorriso e fazer este um Natal melhor para uma criança.

Basta entrar no link, escolher o brinquedo que queremos doar e avançar com a compra. Eu escolhi este piroso-vaidoso Kit de Beleza da Violeta. Pagava para ver a alegria de quem o vai receber.



O projecto inclui ainda a gravação de um vídeo Ho Ho Ho a partilhar nas redes sociais com a #natalsolidario, e o desafio de três amigos para seguirem o exemplo.

O meu vídeo eu dispenso (e vocês também, acreditem!). Quanto ao desafio de 3 amigos, estão desde já todos convidados, meus Limoneiros. Se pelo menos 1 de vocês o fizer já fico contente, já valeu a pena.

Bem-hajam!





segunda-feira, novembro 23, 2015

Vou comprar-lhe uma prenda antes que ele faça uma birra!

Há coisas que eu tenho alguma dificuldade em entender, mas muito provavelmente o mal está em mim.

Não entendo aqueles pais que dizem: o meu mais velho faz anos hoje, mas tive de comprar prenda para os dois, senão o outro não se cala. 

Não entendo! Juro que não entendo.
Porquê? Por que é que quando um irmão faz anos o outro, por muito pequenino que seja, não pode ficar feliz pelo irmão e por ser ele a receber as prendas.

- Porque não entende o que é fazer anos e vai ficar triste por não receber prendas também.

Pois, não percebe, e por este andar nunca vai perceber. As crianças devem ser ensinadas, desde pequeninas, a ficarem felizes pelas alegrias dos outros, quaisquer outros, quanto mais por um irmão.

Talvez por eu partilhar o dia do meu aniversário com o meu irmão mais novo (desde os meus seis anos), talvez por sermos 4 irmãos e lá em casa nunca ter havido este tipo de frescuras, não me lembro de me fazer confusão os outros receberem prendas e eu não.

Cada um de nós tem o seu dia de aniversário, o dia em que é especial, o centro das atenções. E o "nosso dia" há-de chegar mais cedo ou mais tarde. Querendo ou não querendo todos fazemos anos. Os miúdos só têm de ser ensinados que, quando chegar o dia deles, também eles irão ser surpreendidos, brindados, parabenizados, e tudo e tudo!

Os pais (avós, tios e toda a família por arrasto) sentirem-se obrigados a comprar mais uma prenda só para calar um filho, acho completamente ridículo e contra-producente.

-Tem de ser, senão ele vai fazer uma birra

Deixá-lo! As birras também fazem parte do ser-se criança. Assim como as primeiras palavras, o ter de ir para a escola, os joelhos esmurrados, o colinho, os abracinhos, a varicela e os piolhos. Quando for crescido, e lhe contarem as birras que fazia, vai rir-se das suas infantilidades, mas ao menos recebeu educação, não foi comprado.

Ao comprar-lhe uma prenda fora do seu dia de anos só para o calar ou para não ficar triste (coitadinho), para além de o mimar de sobremaneira, está a promover a inveja e dificuldade em perceber o significado da palavra PARTILHAR. A vontade de partilha sente-se, o gostar de ver um irmão feliz sente-se, não se explica. No entanto, é um sentimento que deve ser estimulado, e não o contrário.

Gostava muito de ter alguma formação em psicologia que me permitisse fundamentar esta minha teoria, mas infelizmente resta-me o meu conhecimento empírico enquanto irmã, filha e mãe.

Talvez no vasto auditório deste blog (quantos é que vocês são? 27? 28?), haja alguma alma caridosa que me queira elucidar quanto aos verdadeiros motivos de alguns pais fazerem isto. Mas argumentos como deve de ser, ok? Que não seja o pura-e-simplesmente-não-ter-de-os-aturar. É que eu não lido muito bem com a preguiça.











"Profissionais da Crise"



Ontem foi dia de cinema, à moda antiga, com bilhetes comprados e fila de espera. Felizmente a TV, os canais de séries, Netflixs e todos os gadgets deste mundo (por muito que eu goste deles), ainda não acabaram com as salas de cinema. Continuo a gostar muito de sair de casa e ir ao cinema.

A escolha foi "Profissionais da Crise" (our brand is crisis). A escolha baseou-se no facto de o filme ser inspirado em factos verídicos e na presença do nosso Joaquim de Almeida. 
Era isso ou mais um 007.

Algures a meio do filme:
Ele- "só por ter visto o traseiro da Sandra Bullock já valeu a pena ter vindo!"

Não se deixem enganar pelo comentário do Limoneiro. O filme é bom! 

Inspirado nas controvérsias geradas à volta das eleições presidenciais bolivianas em 2002 que oponham Gonzalo Sanchez de Lozada e Evo Morales, e na colaboração de profissionais americanos na campanha de Lozada (Pedro Castillo interpretado por Joaquim de Almeida), esta é provavelmente uma das melhores interpretações de Sandra Bullock. Muito longe da giraça desajeitada (personagem-tipo a que Sandra Bullock já nos habituou), esta Jane Bodine tem a complexidade de uma neurótica com rasgos de lucidez brilhantes e cómicos.

Ela preenche cada cena, ela é o filme. Tudo o resto é cenário. Recomendo!



domingo, novembro 22, 2015

sábado, novembro 21, 2015

Gente que me irrita... #3 (Os Ciumentos)


Aquelas pessoas que têm dificuldade em dar um elogio, que não conseguem reconhecer, nem por um segundo, que estiveste bem e que dificilmente teriam feito melhor.

Reconhecer que foste melhor é passar-se para segundo plano, é demasiada humilhação.


#gentequemeirrita

sexta-feira, novembro 20, 2015

Cenas que me lembro #5 Parvoíce do dia #1



A todas as Isis por este Portugal fora: 
podem sempre casar com alguém de apelido special, e assim confundem-vos com um grupo musical. 

quinta-feira, novembro 19, 2015

Dia Internacional do Homem


É hoje que alguém lá em casa me vai fazer o jantar... (ou talvez não!)



A adolescência é tramada!

A adolescência é tramada, mas é tão duramente deliciosa.

É a fase da vida em que o ímpeto da descoberta nos reserva aprendizagens e estaladas-sem-mãos como nenhuma outra.

As mudanças corporais, a procura de identidade, o questionar e quebrar regras e limites impostos, o turbilhão de emoções, os segredos, o fazer às escondidas. E também, por vezes, apanhar alguns sustos ao descobrir os verdadeiros contornos da realidade.

O excelente artigo de António Lobo Antunes publicado esta semana na Visão é um belo exemplo disso. Para quem não leu, aqui fica o link:Aulas-praticas-de-Anatomia



(Imagem de Susana Monteiro para o artigo aqui mencionado e publicado na Revista Visão)

Assim sim, vale a pena votar!

Qual Passos, qual Costa. Isto sim é um Primeiro Ministro!

Só voto novamente quando houver um candidato assim em Portugal:
Good looks
Brains
Funny
Feminist views


PS: É a primeira vez na história do país (canadá) em que metade do governo é do sexo feminino.

#canadaPM
#vouviverprocanada
#governoparitario


terça-feira, novembro 17, 2015

O mundo precisa de pessoas assim...#2- Aung Suu Kyi

A Nelson Mandela birmanesa:

Aung San Suu Kyi, líder da oposição à ditadura birmanesa venceu no domingo, dia 9 deste mês, as primeiras eleições livres de Myanmar.

Já não é a primeira vez que a Prémio Nobel da Paz (1991), filha do herói nacional da independência da Birmânia assassinado pelos seus rivais,  vence eleições.

Em 1990, enquanto Líder do Partido Liga Nacional pela Democracia, venceu as eleições que fariam dela a primeira-ministra do país. No entanto, os militares em vez de reconhecerem os resultados, mantiveram-na em prisão domiciliária durante 15 anos, passando a prisão efectiva em Maio de 2009, tendo sido libertada apenas em 2010.

Desta feita os resultados foram assumidos. No entanto, ainda é cedo para os birmaneses respirarem de alívio. As limitações impostas pela constituição de 2008 garantem um papel decisivo dos militares nos destinos do país, uma vez que continuam a ter 25% dos lugares do Parlamento e três das pastas mais decisivas do Governo. Para além disso, a Constituição impede-a de ser candidata a presidente uma vez que foi casada com um estrangeiro, e que os seus filhos têm nacionalidade estrangeira.

Será possível alterar a constituição? Irá Suu Kyi conseguir "conviver" com os militares? Ainda há muito para clarificar.

Ainda é cedo para gritar liberdade, ainda é cedo para gritar democracia, mas o percurso desta mulher, a elegância da sua inconformidade não-violenta, a persistência na luta pelos seus ideais que são coincidentes com os do seu povo, fazem dela uma Nelson Mandela birmanesa, uma heroína da actualidade, um exemplo de paz e perseverança.

O Mundo precisa de pessoas assim.








segunda-feira, novembro 16, 2015

Boteco das Tertúlias ... #3 Viagens

O Boteco das Tertúlias é um ponto de encontro com outros bloguers a dia 16 de cada mês.
Clica Aqui para saber mais.

O tema deste mês é : VIAGENS




Para quem é verdadeiramente aficionado, são precisos apenas dois motivos para viajar: por tudo e por nada. Porque nos aconteceu uma coisa boa na vida, viajamos para celebrar. Porque nos aconteceu uma coisa má e precisamos fugir dela, porque não aconteceu nada e viajamos para que aconteça.

Mas uma viagem também pode ser um momento de mudança, o início de uma nova vida, a descoberta daquilo que melhor há em nós mesmos.

Existem alguns filmes que exploram o tema das viagens enquanto ponto de partida para uma nova vida.

Vemos isso em "Comer, Orar, Amar". Julia Roberts no papel de Liz Gilbert, retrata uma mulher que aparentemente tinha tudo para ser feliz (marido, casa, carreira), mas que ainda assim se sente perdida e confusa tentando perceber o que realmente quer da vida. O seu divórcio é o ponto de partida para a busca do autoconhecimento pelos três Is: Itália, Índia, Indonésia. Em Itália, Liz encontra o prazer da gastronomia, na Índia descobre o poder da espiritualidade e na Indonésia encontra-se com a paz e o amor.

Em "Into the wild", o realizador Sean Penn mostra-nos a hístória verídica de um jovem americano, Christopher MaCandless, que ao terminar a faculdade e inspirado nas suas leituras de Tolstoi e Thoreau, parte para a aventura de uma vida. Chris abandona a casa dos pais, entrega o seu dinheiro a uma instituição de caridade, muda de identidade, e tentando afastar-se do materialismo da sociedade procura viver em comunhão com a natureza, pelo que parte em direcção ao Alasca. Só ele e a natureza. E é aí que termina os seus dias.

Em "Wild", um drama biográfico sobre a vida de Cheryl Strayed, cujo papel é interpretado por Reese Witherspoon, acerca da sua jornada em busca de um recomeço após a morte da mãe, um divórcio e um período em que praticamente se autodestruiu agarrada à heroína. Cheryl decide mudar de vida e apostar numa caminhada de mil quilómetros. Um ponto de partida para investir em si e começar uma nova vida perto na natureza.

Recentemente, uma pessoa minha amiga decidiu fazer o mesmo. Largou tudo e partiu, como nos filmes :-).  A Sara partiu para descobrir como quer viver, e está a fazê-lo neste preciso momento pela América Latina em forma de voluntariado. Podem segui-la em A Explorar o Mundo.

Transcrevo aqui as suas próprias palavras e os motivos que a levaram a esta partida:

"À procura de como quero viver!
Após tantas histórias, após tantas conversas, após tantos sonhos... Um dia decidi que o dia tinha chegado!
Desde que nascemos a sociedade cria expectativas sobre nosso futuro. Tens de ser bom aluno, para ter um bom emprego, casar e ter filhos. Ser bem sucedido é ter capacidade para comprar uma casa, ter um carro actual, conseguir pagar todos os impostos e ainda sobrar dinheiro para umas férias turísticas por ano. Fazendo as contas, trabalhaste dez horas por dia, consomes cada vez mais e tens cada vez menos: menos tempo, menos saúde e menos vontade própria! E quando dás conta a vida passou-te ao lado! Por outro lado se foges do que é considerado normal, olham para ti como se fosses um ser esquisito. Nós mulheres então temos um prazo de validade! Não vou aqui falar dos olhares que vi nem das sarcásticas perguntas e observações que me fizeram. (Se assim fosse este blog chamaria-se “Por amor da santa...a mais pequenina do mundo” ;D ). Tenho um episódio engraçado que vivi em Angola e que nos faz pensar, pelo menos a mim fez-me. Um senhor que na altura tinha 37 anos, 5 filhos, uma mulher e uma namorada com 19 anos, perguntou-me a idade (na altura teria uns 27 anos) e quantos filhos tinha, quando lhe respondi olhou para mim e disse-me “essa anca está velha e já não vai dar filhos”, argumentei que ainda era muito nova e que é possível ter filhos pelo menos até aos 40. Contestou-me que com essa idade estou breve no final de vida, eu disse-lhe que ainda não estaria nem a meio do caminho e que em Portugal é normal viver até aos 80 anos, ele chocado diz “ e o que fazem durante tanto tempo, isso é uma chatice?!”. Gargalhei! Vivemos! A questão aqui é como queres viver?! É incrível como a educação e cultura são importantes para a evolução das sociedades. É importante respeitar e tentar compreender as sociedades em que te vais infiltrando e estar aberto a que mesmo sendo diferentes da tua poderão ter coisas boas e quiçá haja uma forma de ajudar a alterar as coisas menos boas.

O pressuposto foi explorar, e para que não sentisse que faltava um sentido, a escolha foi ajudar. Por isso, ideia é conhecer pessoas que são agentes de transformação e trabalham para melhorar, efetivamente, a vida do próximo. Conhecer e viajar pelo mundo e ajudar em projectos sociais. Porquê fora de Portugal? Porque quero encontrar contrastes de culturas, crenças e valores, quero aprender, sentir e viver de maneiras diferentes. O desafio é ser inundada por outras realidades e conseguir gerir tudo isso. Estou de coração aberto para perguntar, ouvir, observar, sentir e registrar, e espero conseguir compartilhar as minhas experiências com a mesma intensidade que as vivo.

O objetivo maior é descobrir-me e tornar-me uma pessoa mais consciente e melhor. Este é o caminho que escolhi.

A fórmula de como queres ser feliz és tu que a escolhes!
Carpe Diem,
Sara"


Por vezes não importa o destino, mas sim o caminho que percorres!






sábado, novembro 14, 2015

E da religião se cria uma desculpa...

Este assunto do estado islamico não se reduz à religião.

Não podemos nem devemos condenar, achando contraditório ou provocador, quem neste momento "reza por Paris". Religião é a desculpa que eles usam para cometerem estes actos insanos e injustificados. 

Se a questão fosse verdadeiramente religiosa atacavam-se igrejas catolicas e judaicas, atacavam-se locais de peregrinação, o Vaticano, por exemplo. Isto não é um acto religioso, por muito que eles assim o pintem. 

Isto é contra a toda humanidade, crentes ou não crentes, agnósticos e ateus, contra todos os que não são loucos como eles. É o salve-se quem puder.

E é por isso que nos assusta, é daí que nasce o medo. Por desconhecermos o inimigo, por não sabermos que rosto tem, porque o problema não é o Islamismo enquanto religião, mas sim esta facção que se proclama de "estado islâmico", que de religioso pouco tem e do qual desconhecemos ou sequer entendemos motivos e intenções.

Milhares de muçulmanos, cristãos, judeus, etc condenam este acto bárbaro, e nisso estamos todos unidos, somos todos um.

Deixem a religião no seu canto que ela não é para aqui chamada. Aliás "Rezem por Paris" qualquer que seja a vossa religião, mesmo que não seja nenhuma! 

‪#‎prayforparis‬


Dos atentados à humanidade

Apesar de ontem ter sido Dia Mundial da Generosidade, a data ficou marcada na história da humanidade pelos piores motivos: Paris 13 Novembro 2015.

Tinha acabado de chegar a casa por volta das 02.00h da manhã, vinda da volta de rua com a equipa de voluntários da Comunidade Vida e Paz, quando me inteirei da notícia.

Ao tomar conhecimento dos diversos ataques na cidade de Paris, é impossível controlar um misto de sentimentos como a indignação, a compaixão, a raiva, a vontade de vingança e o medo.

Nas redes sociais está já espelhada, àquela hora, esta mixórdia de emoções, e não demora muito para que o discurso de alguns comentários inflame e se passe da indignação às reacções de nacionalismo extremo.

Talvez pela necessidade de encontrar um culpado, o bode expiatório nesta altura são os refugiados sírios. Depressa se passa da vontade de ajudar para a necessidade de nos protegermos. É o instinto de sobrevivência a falar mais alto.

Tudo isto é inflamado pelo sentimento de impotência quanto à forma como estes ataques podem ser prevenidos e evitados. Como combatê-los? Como defendermo-nos quando nos atacam, não na frente de batalha de uma guerra declarada, cara-a-cara e assumida,  mas na cobardia de um café, um estádio, ou uma sala de concertos? Como protegermo-nos quando nos atacam na normalidade do nosso dia-dia, no coração das nossas vidas?

Sou ainda do tempo em que os países tinham fronteiras. Lembro-me de passar fronteiras para ir a Espanha e recordo com lamento o formalismo que essa passagem implicava pelo receio de, por algum motivo, sermos impedidos de passar. Mesmo não tendo nada a esconder, lembro-me de os meus pais nos pedirem, a mim e aos meus irmãos, para não abrirmos a boca se as autoridades nos mandassem parar.

Temo que seja esse o futuro do meu país e da minha Europa. O retrocesso aos limites fronteiriços, políticos e geográficos, o fim da livre circulação de pessoas e bens, o regresso à burocracia e ao entendimento de cada um se deve proteger dentro da sua concha.

Na sequência de tudo isto temo pelo fim da generosidade e da preocupação com o Outro, porque proteger as nossas vidas e as do que nos são próximos, defender o nosso país e a nossa cultura passam obviamente a ser uma prioridade.

Deus queira que assim não seja! Deus queira que não cheguemos a esse extremo. Os extremismos nunca se revelaram benfeitores, nunca trouxeram nada de bom ao mundo!





sexta-feira, novembro 13, 2015

O mundo divide-se entre...#4



O mundo divide-se entre as pessoas que à meia-noite do último dia do prazo de validade de um iogurte o deitam fora, e
 os que após um mês e dez dias do fim se deliciam com o mesmo! 


Se me der uma coisinha má nas próximas 24 horas não é culpa da Danone.


Cenas que me lembro...#4


Aquele altura, logo de manhã, em que estamos a rever o nosso look ao espelho e a admirar o quanto estamos poderosas .... e de repente entra alguém no elevador estragando o nosso momento Estrela de Hollywood!







quinta-feira, novembro 12, 2015

Se não gostares de ti, quem gostará?


-O meu marido é um sacana! Um canalha mulherengo, só se preocupa com ele, não me leva a lado nenhum, não me ajuda em nada... Não fazes ideia o que eu aturo! É um mau carácter, sem vergonha, faz tudo para interesse dele e nunca se preocupa com os outros, muito menos comigo. Na frente dos outros é um querido, mas nas costas é um cínico! Não vale nada.
-Então e porque é que ainda lá estás? Porque não te vais embora? 
-Porque gosto dele. 

#whatstheretolike
#wtf
#gostadetiprimeiro 
#senaogostaresdetiquemgostará

domingo, novembro 08, 2015

Cenas que me lembro #3


Do elevado número de pessoas que são contra o acolhimento de refugiados em Portugal, argumentando que existe por cá muita gente a precisar de ajuda e que os nossos deviam ser uma prioridade, gostava de saber quantos efectivamente fizeram alguma coisa pelos "nossos". 

#cenasquemelembro #solidariedade

quinta-feira, novembro 05, 2015

O mundo divide-se entre ... #3

O mundo divide-se entre as 
pessoas que dizem Jokinhas
 e as outras!



O mundo divide-se entre ... #2




O mundo divide-se entre as pessoas que 
quando têm sede
 bebem água da torneira, 
e as que só bebem aguinha 
engarrafada.


Dia Mundial do Cinema

Há filmes que nos prendem por certas cenas específicas, porque gostamos deste ou daquele actor, pela história e o seu surpreendente final, pela banda sonora.

E depois há aqueles filmes que estamos sempre dispostos a ver e rever pela quinquagésima nona vez. Acontece-me com frequência mudar de canal, e ficar ali a deliciar-me a reproduzir falas que já sei de cor, mesmo que o filme já vá meio.

Por vezes aparecem filmes em que estes factores se reunem todos numa única criação e é aí que acontece magia dentro de nós.

Neste Dia Mundial do Cinema relembro cenas, falas, músicas que guardo para todo o sempre.


Cinema Paradiso e a sua inesquecível cena dos beijos:



A esperança em Shawshank Redemption- os Condenados de Shawshank




O cúmulo do altruísmo em Seven Pounds - Sete Vidas




A lição de vida de The Pursuit of Happiness - Em busca da felicidade



A vontade de lutar por aquilo que nos liberta e nos faz feliz em Dead Poets Society - Clube dos Poetas Mortos


A beleza infindável da personagem Forrest Gump e esta banda sonora do outro mundo:




O "eu podia ter feito mais" em Schindler´s List - A Lista de schindler



A dura realidade de Once upon a Time in America - Era uma vez na América



O retrato do desespero e a fé em Castaway - o Náufrago




O riso de Julia Roberts em PrettyWoman- Um sonho de Mulher




A inocência de The Sound of Music - Música no Coração - o meu Guilty Pleasure



Todos os dias são bons dias para ver um bom filme!
Quais os vossos preferidos?

segunda-feira, novembro 02, 2015

Bem-vinda de volta a ti, miúda!


Entra de repente, que nem um cão raivoso, a atacar as tuas certezas e a abalar todo o teu mundo, mas pela calada. Não escolhe idade, não precisa de convite. Não tens tempo para perceber o que se passa, como chegou, nem porquê.

Julgavas que estava tudo bem, e por isso não entendes o porquê dos medos, das ansiedades, dos ataques de pânico. Mas eles estão lá! E tu pensas, mas porquê? Medo de quê?

E o coração palpita que nem um cavalo, o dia inteiro, e tu tentas respirar e não consegues, tentas sorrir mas é forçado, tentas cumprir as tarefas do dia-a-dia e tudo é um sacrifíco, porque não tens forças, estás cansada todo o santo dia, e só te apetece chorar. Chorar e dormir! Dormir o dia inteiro, para não pensar, não sentir, não sofrer.

Não consegues olhar-te no espelho, porque já não pertences àquele rosto. Não consegues comer, porque é a alma que precisa de alimento. Não consegues sorrir porque o vazio é um enorme oceano.

E pensas, mas o que te angustia tanto? De que te queixas? Dormes na rua? Falta-te comida na mesa? Não tens saúde? Morreu-te alguém? "Naaaaaaaaaão! Não é nada disso!"

E vês as notícias na TV e pensas: "Isto sim, são motivos para andar triste e ansiosa!" E nesse mesmo instante deprimes mais um pouco. Pela falta de motivo, porque não encontras uma explicação.

Com dificuldade adormeces, desejando que, quando acordares, tudo não tenha passado de um pesadelo. Mas quando acordas o coração galopa novamente, regressa a desorientação, a ansiedade e angústia de não te entenderes a ti mesma. E o dia parece infindável, porque ainda agora acordaste e já querias que fossem horas de dormir outra vez. Não que tenhas sono, mas simplesmente porque a dormir não sentes e o tempo passa. E quanto mais depressa o tempo passar, mais depressa chega o fim desta tortura. Pensas tu! E daí, talvez não.

Talvez o truque não seja os dias passarem depressa, que passem semanas, meses. Não! Talvez a solução seja o aqui e o agora.  O recusares-te a passar mais um dia assim, num pânico que tu própria não entendes quanto mais explicá-lo aos outros.

E é aí que decides pedir ajuda, porque não consegues lidar contigo própria sozinha. E a ajuda vem em formato de conversa, de desabafo, de soluços e lágrimas, percorrendo os lugares mais recônditos do teu ser que julgavas há muito esquecidos.

E vasculhas toda a tua alma, todo o teu passado, todo o teu presente e reconheces que afinal nem tudo está bem. Percebes que afinal até aguentaste mais do que pensavas, que tentaste ser forte demasiado tempo, que as pessoas que te amam, muitas vezes, são as que mais te "abusam", mesmo que inconscientemente. Mas mais importante que tudo, chegas finalmente à conclusão que o pânico tinha uma explicação: são apenas os sintomas da tua alma a dizer basta! "Chega, não quero mais!"

Queres dizer mais vezes "sim" a ti mesma, e menos aos outros. Queres saber dizer "não" às coisas que não queres fazer, porque é contigo que tens de viver, e é a ti que tens de agradar. Queres reencontrar-te, a ti e ao sorriso perdido. Queres olhar o teu rosto no espelho e reconhecer-te nessa imagem. Queres ter planos, projectos, futuro. Tu, que te julgavas estagnada, encurralada, impotente, queres ouvir a tua voz e seguir o que ela diz. Pouco importa se os outros a ouvem ou não. Isso já não interessa.

Queres ser aquela pessoa que saiu vitoriosa dos meandros de uma depressão. Porque dói, aquela escuridão, porque te corrói como se fosses a matéria mais frágil ao cimo da terra. E tu não és frágil!

Bem-vinda de volta ao mundo, bem-vinda de volta a ti, miúda!

(Isto também é Limonada da Vida!)









domingo, novembro 01, 2015

Entretenimento para todos VS o convívio familiar

Tarde de Sábado:
O pai na sala a ver o Sporting na Sport TV, depois de ter acompanhado a meia-final do João Sousa no torneio de ténis de Valência.
A mãe na cozinha a ver a 2ª temporada de The Killing na Netflix pelo computador, ao mesmo tempo que orienta o jantar.
A Smartieteen no seu quarto a ver o concerto dos 5 Seconds of Summer ao vivo em Atlanta, depois de ter visto dois episódios de Teenwolf.
O TeenTim no seu quarto a conversar no chat com os amigos, depois de ter passado a tarde a ver vídeos do CSGO.

Cada um para seu canto! É preocupante?

No meu tempo a TV era objecto de culto, de convívio e aglutinador da família. Os canais eram apenas dois, e todos tínhamos de ver a mesma coisa. Quais eram as opções? Ver a telenovela com os pais, ouvir música no rádio ou ir dormir!

Hoje há TV, PC, iPad, iPhone e a oferta de entretenimento televisivo é tanta que cada um segue o filme, a série, o jogo que mais lhe apraz.

E será isso assim tão mau?  O espaço que cada um dedica aos seus gostos e interesses não tem de ser necessariamente prejudicial para o ambiente familiar, desde que se alimentem e proporcionem momentos em comum, e se guarde tempo para a partilha diária.

Há imensas coisas que se podem fazer em família: idas à praia, ao cinema, teatro, concertos, corridas, passeios pela cidade, etc. E mesmo em casa há coisas que se podem fazer para conviver. O tempo das refeições deve continuar a ser um espaço de diálogo, e há sempre a possibilidade de escolher um programa do qual todos gostem para seguir na TV, há a reunião à volta de um jogo de mesa, e porque não convidá-los a cozinhar?

Na minha adolescência passava horas a fio  ouvir radio ou à volta da aparelhagem, rebobinando cassetes áudio, "sacando" letras das minhas músicas preferidas para depois traduzir. Só eu, a música e um dicionário. Refugiava-me nos livros, na escrita e na música para fugir à monotonia daquilo que os meus pais viam na TV.

E não me fez mal nenhum, muito pelo contrário definiu-me. Inglês sempre foi a minha disciplina preferida durante os tempos de escola, na faculdade segui Línguas e Literaturas Modernas e hoje em dia, entre outros trabalhos, escrevo e faço traduções de sinopses de episódios de séries. Apesar de não tocar nenhum instrumento, a música é fundamental na minha vida.


Desde que haja um certo equilíbrio, desde que nós pais estejamos atentos aos gostos dos filhos e manifestemos interesse por aquilo que eles fazem quando estão sozinhos, sem invadir a sua privacidade, acredito que esses momentos só os ajudam a descobrirem-se, a consolidarem a sua personalidade e os seus gostos,  e entender o que os faz feliz. Quem sabe se os gostos de agora não virão a ser o seu futuro? 

Prefiro isto às amarras de pensamento criadas de cada vez que os obrigamos a ver aquilo que nós vemos, formatando-os à nossa vontade, só porque somos os pais. Nem sempre, nem nunca. Equilíbrio e Bom-senso, é o que se exige nesta história de educarmos e criarmos alguém. Nisto, como em tudo na vida.