Não sei vocês, mas para mim o que se leva desta vida é o que se come, o que se bebe, as cidades e recantos que se descobrem, ou pura e simplesmente fazer algo pela primeira vez na vida. E nada como um fim-de-semana prolongado para ter tempo para estas coisas.
Pela primeira vez na vida atravessei o Tejo num cacilheiro. Vi Lisboa de fora, a sua silhueta, os seus recortes. Já não é novidade, é certo, mas nunca é de mais dizê-lo, Lisboa é de cortar a respiração!
Talvez para quem faça esta travessia diariamente já não haja este arrebatamento, porque há transportes a apanhar, horários a cumprir, um emprego à espera e a ânsia do regresso a casa. Mas para quem, como eu, tiver a sorte de este passeio estar fora das suas rotinas diárias, recomendo com todas as letras.
Fazer a travessia até Cacilhas de câmara fotográfica em punho, almoçar uma valente mariscada acompanhada de uma imperial gelada no restaurante "Farol" (mesmo ali à saída do cais), visitar a Fragata Fernando II, percorrer a ruela principal que se inicia com a igreja da Nossa Senhora do Bom Sucesso, passando por um tapete de esplanadas e restaurantes, até ao posto de turismo onde é possível saber como chegar ao Cristo Rei.
No regresso, desembarcando no Cais do Sodré, deslizar até uma das maiores e mais lindas praças a céu aberto. Qual Plaza Maior, qual quê? O Terreiro do Paço está um assombro. A luz, as cores, os malabaristas, os homens-estátua, os vendedores de óculos de sol, as montras cheias de queijadas e pão-de-ló e bolo-rei, os Tuk-tuks, os turistas... três adolescentes que deixaram de estar com os seus amigos e família para animar a Rua Augusta com sons de Natal ao violino, as moedas que se depositam nas caixas dos artistas, os sorrisos de agradecimento.
Uma cidade fotografada, visitada, partilhada, que respira, que tem um ritmo cardíaco. A minha cidade não é mais uma cidade-fantasma, onde os passeios de fim-de-semana se limitavam a restaurantes e shoppings. A energia vibrante que encontrei em Madrid ou Barcelona, em Londres ou Paris, e que tanto me desgostava não encontrar na minha cidade, finalmente sinto-a em Lisboa.
Isto sim, é Limonada da Vida!
Sem dúvida! O meu fim-de-semana prolongado também serviu para revisitar (com outros olhos) locais que tão bem conheço … e pelo meio dar folga à dieta, porque ela também merece descanso ;)
ResponderEliminarPor mais que passe diariamente pelos pontos mais turísticos de Lisboa (Rossio, Terreiro do Paço, Cais do Sodré, Belém...) e por muita que seja a minha pressa, entre comboios, autocarros e metros, nunca consigo ser indiferente à beleza da minha cidade. É como se Lisboa me deslumbrasse todos os dias um bocadinho mais. E então naqueles dias de sol como têm estado esta semana, passar à beira rio é esquecer todos os problemas e maus humores por uns instantes, e ficar de sorriso nos lábios e coração cheio. Que sorte que é poder morar numa cidade assim. Já dizia a minha avó, o que levamos desta vida não são as coisas materiais (ninguém se lembra daquele par de sapatos que comprou nos saldos há 30 anos), mas sim o que guardamos no coração.
ResponderEliminar