quarta-feira, novembro 26, 2014

Enfiem-lhe uma máscara de ferro e esqueçam que ele existe!

Tenho resistido a gozar, comentar, filosofar acerca destes acontecimentos relacionados com José Sócrates.

Tenho lido algumas coisas acertadas e outras bastante absurdas, como por exemplo "pena de morte, sem comtemplações".  Esquece o/a comentador/a que não existe pena de morte em Portugal, e, mesmo que houvesse, duvido que corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais fizessem parte dos crimes puníveis com tal pena.

Ele há comentários para todos os gostos. Desde os adeptos fervorosos aos cães raivosos. Descobri esta manhã, por exemplo, uma página comunitária de apoio à libertação do ex-primeiro ministro (aqui ) . Viva a Democracia!

Já li que tudo o que lhe está acontecer é merecido, outros que defendem que um ex-governante deveria ter tido outro tratamento, outros ainda defendem que tudo isto é um conluio por parte do governo para "entalar" António Costa ou até para desviar as atenções do caso dos Vistos Gold, outros que alegam uma encenação dos media, outros ainda protestam que o juíz Carlos Alexandre tem em mãos demasiados processos de extrema complexidade e que significa demasiado poder e responsabilidade concentrados numa única pessoa... Whatever!

Já o rol de piadas acerca de José Sócrates não tem fim à vista. Algumas bastante inteligentes, outras nem por isso. É natural que, depois de tanto tempo a gozar com a nossa cara, o povo pague na mesma moeda. Até porque, normalmente, quem ri por último ri melhor.

Mas o que eu queria mesmo era ver-me livre deste senhor, e a modos que não consigo. Já quando foi substituído e fez as malas recto a Paris, pensei que me livraria da personagem, mas enganei-me. O seu regresso ao país e à nossa RTP deixou-me perplexa. Recusei-me a ver/ouvir qualquer comentário feito nesse tempo de antena, e espantava-me que ainda houvesse quem lhe desse ouvidos.

Desde a história da detenção, não há por onde fugir, levamos com Sócrates 24horas por dia. Já não há paciência! Graças a Deus que ontem houve Liga dos Campeões, graças a Deus que hoje à Benfica!

Em vez de o enviar para Évora, e o pessoal andar por lá a tirar selfies à porta do estabelecimento prisional, mandem-no de volta para França. Levem-no para a ilha de Santa Margarida (ali junto a Cannes), enfiem-lhe uma máscara de ferro e esqueçam que ele existe, pelo menos até ao julgamento.

Já o estou a imaginar a dar cabeçadas na parede da cela, repetindo para si mesmo "devia ter ido para a Venezuela, devia ter ido para a Venezuela, devia ter ido para a Venezuela".






"Se a morte fosse mesmo o fim de tudo, seria isso um óptimo negócio para os perversos, pois ao morrer teriam canceladas todas as maldades, não apenas do seu corpo mas também da sua alma." 
Sócrates, o ateniense




4 comentários:

  1. A sério "pena de morte, sem contemplações"? Esta ainda não tinha lido/ouvido. Confesso que desisti de seguir o enredo “novelístico” e “humorístico”, depois de passar horas a olhar para um púlpito e uma bandeira :)

    (P.S. Tens um desafio à tua espera no meu blog, espero que aceites)

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    1. Verdade verdadinha, li eu com estes dois olhos e um par de lentes de contacto que a terra há-de comer!
      Vou cuscar! :-)

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  2. Adorei o texto, compartilho a total repugna pela simples menção do nome deste senhor, era mesmo Lock him up lá na Ilha and throw away the key!

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    1. LOLOL "lock him up lá na Ilha" é muito bom, Mau Caminho. O throw away the key é só depois de efectivamente se provar que ele é culpado. Não quero que nos acusem de sermos injustas!

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