sexta-feira, dezembro 28, 2018

Se isto é ser feminista, então eu sou.

Sou uma feminista e não sabia!
Descobri depois de ter lido este post da Maria das Palavras.  Revejo-me tanto na mãe dela que me vi obrigada a escrever este post.

A minha mãe, apesar de ter tido 4 filhos (3 raparigas e um rapaz), ensinou-nos a fazer de tudo em casa, mas só a nós raparigas.

À minha mãe eu posso agradecer o eu saber coser, cozinhar, passar a ferro, lavar loiça, lavar roupa, aspirar, limpar o pó, lavar casas de banho, fazer tricot, bordados, tudo o que uma dona de casa deve fazer. No entanto, o meu irmão não foi ensinado a fazer a ponta dum chavelho. O que ele faz em casa dele, agora casado e pai de filhos (cozinhar umas cenas e tal), é porque aprendeu por autoria própria.

A minha mãe habituou-nos a que os homens não fazem nada em casa ao habituar-nos a vê-la a fazer tudo, inclusivamante a apanhar as cuecas que o meu pai deixava no chão.

Ora eu cresci a pensar cá para os meus botões que, quando tivesse filhos, não iria proceder da mesma forma. Agradeço à minha mãe tudo o que sei fazer, mas recuso-me a fazer essa distinção entre os meus filhos (já para não falar que me recuso a ser criada do meu próprio marido).

Hoje, tendo uma Smartieteen e um Timteen em casa, praticamente da mesma idade,  recuso-me a obrigá-la a fazer mais do que ele. Ambos têm de arrumar o seu quarto, a sua casa de banho, de pôr a mesa (à vez), de fazer a salada para o jantar, de tirar a loiça da máquina se for preciso, a ajudar a arrumar a cozinha. Ambos!  AM-BOS.

Não admito que a minha filha seja obrigada a fazer mais do que o irmão só por ser rapariga.

Nenhum deles faz nada em casa por auto-recriação, e tudo tem de ser "de empurrão", mas curiosamente, apesar de ela ser muito mais arumada do que ele, ele tem de longe muito mais jeito para a cozinha do que ela. O Timteen, é capaz de se agarrar aos tachos só de pensar no quanto lhe apetece comer isto ou aquilo. Por vezes a preguicite é mais forte, mas se precisar de cozinhar não passa fome.

Se tenho pena que ela não goste de cozinhar? Tenho, até porque eu adoro e podíamos passar tardes engraçadas a fazer doces e coisas boas, como eu passei com a minha mãe a fazer arroz-doce, pudim, bolo fofo e sonhos de abóbora. Mas ela não sabe, não gosta, nem quer saber. Talvez por ela não gostar de comer (desde bebé sempre foi uma luta para a alimentar) não lhe puxa para cozinhar. E também não sou eu que a vou obrigar.

Se isto é ser feminista, então eu sou.



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sexta-feira, dezembro 21, 2018

O dia em que tive uma epifania musical

Desde catraia sempre achei importantíssimo perceber a letra das músicas. Por muito que a melodia seja boa, sem perceber a letra o prazer fica pela metade, verdade?
Visto que aprendemos inglês na escola desde cedo e que temos a felicidade de em Portugal os filmes serem legendados e não dobrados, a língua inglesa é uma disciplina que cresce connosco, pelo que nos é relativamente fácil "apanhar" as letras de grande parte das músicas. Mas nem sempre...
Ora, eu tenho uma história muito peculiar em relação a esta canção. "Words" é uma música do cantor franco-tunisino F.R. David do ano de 1981. Tinha eu 6 anos. Não faço ideia que idade tinha quando ouvi a música pela primeira vez, mas não devia ter muitos mais. O título da música eu até percebia, o pior era o que se seguia. Aquilo soava-me a "camisi". Que raios era o "camisi" em inglês??
Relembro as gerações mais recentes que naquela época não havia net. Ou éramos bons de ouvido e no inglês, ou então nada feito.
Não imaginam a minha alegria quando descobri que "camisi" era na verdade "come easy". "Words don´t come easy" é o que a letra diz! Não faço ideia quanto tempo demorei a chegar lá, mas lembro-me bem da vergonha com que fiquei quando percebi o quão fácil era.
Tantas vezes me ri de mim mesma durante anos a fio, sempre que esta música passava na rádio por me lembrar da minha epifania.
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