Sou uma feminista e não sabia!
Descobri depois de ter lido este post da Maria das Palavras. Revejo-me tanto na mãe dela que me vi obrigada a escrever este post.
A minha mãe, apesar de ter tido 4 filhos (3 raparigas e um rapaz), ensinou-nos a fazer de tudo em casa, mas só a nós raparigas.
À minha mãe eu posso agradecer o eu saber coser, cozinhar, passar a ferro, lavar loiça, lavar roupa, aspirar, limpar o pó, lavar casas de banho, fazer tricot, bordados, tudo o que uma dona de casa deve fazer. No entanto, o meu irmão não foi ensinado a fazer a ponta dum chavelho. O que ele faz em casa dele, agora casado e pai de filhos (cozinhar umas cenas e tal), é porque aprendeu por autoria própria.
A minha mãe habituou-nos a que os homens não fazem nada em casa ao habituar-nos a vê-la a fazer tudo, inclusivamante a apanhar as cuecas que o meu pai deixava no chão.
Ora eu cresci a pensar cá para os meus botões que, quando tivesse filhos, não iria proceder da mesma forma. Agradeço à minha mãe tudo o que sei fazer, mas recuso-me a fazer essa distinção entre os meus filhos (já para não falar que me recuso a ser criada do meu próprio marido).
Hoje, tendo uma Smartieteen e um Timteen em casa, praticamente da mesma idade, recuso-me a obrigá-la a fazer mais do que ele. Ambos têm de arrumar o seu quarto, a sua casa de banho, de pôr a mesa (à vez), de fazer a salada para o jantar, de tirar a loiça da máquina se for preciso, a ajudar a arrumar a cozinha. Ambos! AM-BOS.
Não admito que a minha filha seja obrigada a fazer mais do que o irmão só por ser rapariga.
Nenhum deles faz nada em casa por auto-recriação, e tudo tem de ser "de empurrão", mas curiosamente, apesar de ela ser muito mais arumada do que ele, ele tem de longe muito mais jeito para a cozinha do que ela. O Timteen, é capaz de se agarrar aos tachos só de pensar no quanto lhe apetece comer isto ou aquilo. Por vezes a preguicite é mais forte, mas se precisar de cozinhar não passa fome.
Se tenho pena que ela não goste de cozinhar? Tenho, até porque eu adoro e podíamos passar tardes engraçadas a fazer doces e coisas boas, como eu passei com a minha mãe a fazer arroz-doce, pudim, bolo fofo e sonhos de abóbora. Mas ela não sabe, não gosta, nem quer saber. Talvez por ela não gostar de comer (desde bebé sempre foi uma luta para a alimentar) não lhe puxa para cozinhar. E também não sou eu que a vou obrigar.
Se isto é ser feminista, então eu sou.
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Fico doente quando obrigo o meu pequenino a arrumar coisas ou ajudar e vêm alguém e diz: - coitadinho do menino! É rapazinho!
ResponderEliminarEstá ainda muito entroncado nas pessoas a ideia que a mulher é da cozinha/lida da casa e o homem é do trabalho na rua. Não é fácil mudar mentalidades.
EliminarConcordo plenamente!! A minha mãe também me ensinou a mim e ao meu irmão igual as tarefas, é curiosamente ele também despertou mais cedo para a cozinha!
ResponderEliminarAbençoada senhora!
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