sexta-feira, agosto 30, 2019

Um ano separa estas duas fotos



Um ano separa estas fotos. 

A Maria tinha 2 meses na foto da esquerda, tem 14 meses na da direita. 
Tanta aprendizagem, dela e nossa. Tanta coisa mudou na adaptação dos nossos ritmos à chegada da Maria, e ela a nós.
Para se ir habituando, começou a viajar cedo. Com apenas 4 meses a Maria Limão estreou-se no avião ✈️ até Amesterdão. Repararam na rima? Esta rima deu origem a uma canção que eu inventei e lhe cantava constantemente. Nesta altura a Maria ainda tinha medo de tomar banho de chuveiro, e como a casa de banho do hotel não tinha banheira, tivémos de nos desenrascar a dar-lhe banho no lava-loiça da Kitchenette.  Alojarmo-nos em quartos com kitchenette sempre que viajávamos passou a ser uma prioridade. Andou de avião, metro, autocarro, sempre no seu Conjunto de rua Duo Adventure ZY Safe, no qual passeva e dormia onde e quando calhava. 
Trouxemos as tradicionais socas de madeira no tamanho do pé da MAria, o tamanho 17, imaginem o quão
minúsculas são.



Como na 1ª experiência de viagem a Maria se revelou tão boa companhia, aos 8 meses fomos a Sevilha onde comprámos a máscara de carnaval que a Maria usou no carnaval passado.




Celebrámos os seus 10 meses em Paris, e ainda fomos a tempo de visitar a Notre Dame antes do incéndio que ocorreu uns dias depois.  Estão a ver o metro de Paris? Escada acima, escada abaixo, desce, sobe e torna a descer, com o carrinho ao colo, pois não há elevadores no metro de Paris. às tantas largámos o carrinho no hotel e passámos a andar com ela no marsúpio. Tivémos alturas de parecer pais pela primeira vez, pois tendo o Timteen e a Smartieteen 18 anos, há coisas das quais já não nos lembrávamos, Nesse sentido cometemos alguns erros, como termos perdido o voo em Paris, lembram-se? Burrice nossa, teimosia do pai.




As corridas do pai levaram-nos ainda a Basel em Maio (11 meses), onde aproveitámos para conhecer Estrasburgo e algumas das maravilhosas aldeias da Alsácia. 



Por cá tivemos passeios por Fátima, Porto, Aveiro, Peniche, e as férias de verão em Albufeira e na Zambujeira do Mar (descritas no post de ontem).



Anda connosco para todo o lado. Aventuras atrás de aventuras. Experiências, aprendizagens, adaptações para viajarmos a 3 e muitas vezes a 5 (quando o Timteen e a Smartieteen se juntam a nós).  Mais uma mala com fraldas e toalhitas, a mochila das sopas, iogurtes e frutas em boião, o carrinho de rua, tudo encaixa e tudo se faz se assim tiver de ser. E em breve tudo isso deixará de ser preciso se lhe dermos tempo para crescer. Já não conseguimos é viajar sem ela.

Em todas as viagens uma constante: a música que usamos para adormecer a Maria onde quer que ela esteja. A música que o tio compôs ainda ela estava na minha barriga. A música que ela reconhece, que a acalma e a prepara para o sono da noite, independemente da parte do mundo onde está. Depois de tanta novidade e descoberta, ao fim do dia sabe bem ter algo que nos relembra a nossa casa, algo que nos é familiar. No caso da Maria esse aconchego é a sua música. (cliquem no link para ouvir).

As histórias são como as cerejas e levam-nos a outras histórias. É que o pai bateu o seu recorde na maratona de Amesterdão com o tempo 3h09m55s, atingindo os mínimos para se candidatar à maratona de Boston. Se for apurado, Boston here we go. E muitas mais histórias teremos para contar. 

Possivelmente ela não se vai lembrar de tudo isto, mas fica o tempo de qualidade que passa connosco, fica o pai fazer cada maratona, seja em que país for, sabendo que estamos na meta para o apoiar e fica aqui o registo do primeiro ano da Maria, para ela ver quando for crescida e para vocês irem acompanhando. Continuam a seguir-nos? 




quinta-feira, agosto 29, 2019

Estas férias de Verão

Estas férias foram um pouco atípicas.
Na 1a semana a Maria esteve doente e ficámos por casa.
Na 2ª semana fomos ao Zmar e viemos, fomos ao Algarve e viemos. Foram férias aos bochechos e sem um verão quente a sério. Valeu principalmente por ver a Maria a percorrer tudo, e perceber o quanto ela cresceu nestas férias. Andamos deliciados com o quanto ela desenvolveu neste curto espaço de tempo.
A Maria Limão começou a andar pouco depois de ter feito um ano, e agora ninguém a pára.
Não gosta de estar fechada em casa, pelo que assim que lhe dizemos "Maria, vamos à rua" ela larga o que está a fazer e dirige-se para a porta de casa.
Se connosco ela já é imensamente estimulada pelos irmãos Timteen e Smartieteen, agora imaginem passando férias com uns avós no Alentejo e com os outros avós e primos no Algarve. Bastou sairmos da rotina, creio eu, porque com a mudança aprende-se sempre muito.
Foi nestas férias que teve a sua primeira queda e esfolou a perna esquerda toda, que partiu um copo espetando um vidro no pé, e que aprendeu a beber água do bebedouro do parque. Foi nestas férias que demos conta que percebe grande parte do que lhe dizemos, como por exemplo, se lhe pedirmos para ir pôr a fralda no lixo, lá vai ela toda catita.
Na piscina dos avós dá gargalhas, bate com as mãos na água numa excitação enorme e aventura-se tentando largar-se do colo onde está. Quer andar à solta.
Já reconhece o avô, a avó, e tenta falar deles dizendo e quando os revê nas fotografias.  Sabe onde ficam os quartos dos irmãos, faz birras e pede (colo). Quando está birrenta só quer o colo da mãe. Diz adeus enquanto diz Ádi e manda beijinhos.
Está mais alta e magrinha e já tem 8 dentes.
Adora arroz de toda a maneira e feito, mas ainda tem dificuldade em comer alimentos maiores ou mais sólidos, come toda a espécie de fruta desde que passada.
Continua a preferir a sua chucha mesmo que com 14 meses de uso e não pega em mais nenhuma, é fã dos livros que a avó paterna lhe ofereceu e preferindo-os aos peluches e bonecas. Gosta de legos, mas rapidamente se cansa deles.
Só quer andar, andar, andar para um lado e para o outro. Assim que chega à praia entra pela água dentro, sem medos e sem frios, só quer é ondas, baldes e bolachas. Come bolachas misturadas com areia, desfaz os castelos que lhe fazemos e entorna para cima dela a água que recolhemos com o balde.
Gosta de ser o centro das atenções e se estou ocupada ou distraída ela grita para que eu saiba que está ali. Quando finalmente lhe dou atenção, estende-me um dos seus livrinhos como que a pedir-me para lhe contar a história. Quando lhe devolvo o livro, se o fizer de pernas para o ar, ela vira-o e pega-lhe na posição certa. Não sei como, nem que indícios ela recebe daqueles livros para que perceba que estão ao contrário, mas percebe.
Já teve momentos de chegar ao pé de nós e dizer cócó, e quando vamos verificar tem mesmo a fralda suja. Já tenta repetir algumas palavras, tagarela o dia todo, e aprendeu a pedir bábua (água).
Adora escorregas e já os sobe no sítio por onde é suposto descer, tal qual uma spider-baby, mas não é fã de baloiços. Dá gargalhadas contagiantes quando lhe fazemos cócegas ou jogamos ao "A Maria Não Está Cá".
Vai para a casa de banho quando lhe dizemos que é hora do banho e diferencia os brinquedos da banheira com os quais se entretinha durante horas, se a deixássemos.
Sabe onde ficam os pés, as mãos, a cabeça, o pipi e o nariz. Descobriu o nariz recentemente, e escarafuncha-o com o dedo indicador como se não houvesse amanhã.
Dança quando lhe pomos música do rádio e fica especada a olhar para a televisão com um sorriso de orelha a orelha quando reconhece os seus desenhos animados preferidos. Vibra com tudo o que seja músicas, genéricos e publicidade do Disney Junior e Baby TV.
Quando lhe digo que NÃO ela testa-me uma e outra vez com aquele ar de safada, até o NÂO ser dito aos berros e de olhos arregalados.  Sim, este fedelho de 14 meses sabe o que quer e o que não quer. Nesta fase a sua decisão mais difícil é responder se quer água ou bolacha, mas já diz na na na na quando não quer, e acena que sim com a cabeça em sinal de aprovação.
Ao fim do dia está de rastos e podre de sono, mas mesmo assim liga e desliga a luz de presença da cama de grades até se render ao cansaço.
É irrequieta, teimosa, palhaçona, insatisfeita, espertalhona, faladora, expressiva, doce, refilona e não gosta de ser contrariada.
Tenho sempre a tendência para a comparar com a irmã, que era muito mais tranquila e calminha, chegando a pensar que desta vez o desafio da maternidade vai ser muito maior. Diferente pelo menos está a ser.
Dá trabalho, muito trabalho, e com esta personalidade forte parece-me que me vai dar muita luta, mas não há nada melhor do que estar com ela o dia inteiro, vê-la crescer a este ritmo, desfrutar dela todos os dias e sentir-lhe o cheiro, mesmo que seja a chulé quando lhe descalço as sandálias ao fim do dia. Até isso é maravilhoso nela.
Nunca lhe perguntei, porque não me vai saber responder, mas tenho cá para mim que é uma miúda feliz. Nestas férias pelo menos foi muito feliz. E nós também.






segunda-feira, agosto 26, 2019

Pessoas que não sabem estar

Há uns dias abordei numa página de facebook uma mãe de uma criança que nasceu menino, mas que se sente menina e que se assumiu como uma Leonor.
Uma mãe que aceitou orgulhosamente a decisão da filha e que abriu o seu coração ao mundo dizendo que precisava era de apoio e não de críticas a este novo despacho, e que estava a dar um enorme puxão de orelhas na Laurinda Alves pelo artigo que escreveu sobre este assunto.
Perguntei directamente a essa mãe que tipo de ajuda e apoio precisava não apenas ela, mas também a Leonor que nasceu biologicamente como um menino.
Deixei nos comentários como mãe, se ambas precisam de apoio psicológico, de apoio na mudança fisica de sexo, etc, no fundo perguntei a que tipo de apoio se referia essa mãe naquele seu desabafo.
A mãe a quem me dirigi nunca me respondeu, mas os comentários de terceiros foram do mais ridículo e agressivo  que poderia haver,  dizendo que quem precisava de ir ao psicólogo era eu. Houve quem inclusivamente me dissesse que quem precisava de cirurgia ao cérebro era eu. Como se a Cirurgia de Redesignação Sexual não fosse um dos maiores desejo de um transsexual.
Conclusão: Eliminei o meu comentário.
Cada vez gosto menos de partilhar a minha opinião nas redes sociais. As pessoas não sabem estar, não sabem falar. Fiz uma pergunta directa àquela mãe, não estava a falar para terceiros. Fiz uma pergunta sincera, colocando-me nos pés daquela mãe e tentando perceber como mãe de que tipo de apoio precisaria eu e a minha filha se um dia ela decidisse ser não uma Maria, mas sim um Manuel. Aquele menino que agora era menina deveria com toda a certeza ter motivos para precisar de apoio psicológico, muito mais do que algumas crianças que andam a ser seguidas assiduamente por motivos aparentemente bem mais simples de resolver.
Que a internet está cheia de idiotas rancorosos e desejosos de ter em quem depositar a raiva com que acordam diariamente eu já sabia. Só nunca me tinha calhado a mim directamente.
Continuo com a minha dúvida e com a mesma questão. As pessoas a quem este despacho se destina, as crianças que estão a passar por este processo e suas famílias, de que tipo de apoio precisam em primeira mão? Será mesmo a questão das casas de banho uma prioridade? Gostava de os ouvir, de perceber as suas angústias e frustrações e de que forma podemos todos trazer-lhe um pouco de alívio. Mas neste momento acho que prefiro ficar na ignorância.
Daquela mãe não obtive qualquer resposta (ou não viu a pergunta ou preferiu deixar qie terceiros respondessem por ela)  e eu sinceramente também não tenho vontade de perguntar a mais nenhuma. 

quinta-feira, agosto 22, 2019

Tolerância sim, ingenuidade não

Chama-se Despacho n.º 7247/2019 e está a causar grande polémica porque pretende que as escolas abram as suas casas de banho e balneários a rapazes e raparigas de todas as idades, no sentido de promover o “direito à autodeterminação da identidade de género e expressão de género e o direito à proteção das características sexuais de cada pessoa”. No fundo, deixarem a criança, de qualquer idade, escolher a casa de banho e o balneário de acordo com o seu "género".

Ainda não consegui emitir uma opinião definitiva acerca deste assunto. Por um lado concordo, por outro não.

Como tenho lido muita besteira por essa internet fora, relembro que não se está aqui a falar de orientação sexual. Não estamos a falar de homossexualidade. Fala-se de género. O género físico não se escolhe. Nós já nascemos com ele, é determinado biologicamente. É o sexo com que nascemos. Todavia, por algum motivo, há quem não se identifique psicologicamente com o género com que nasceu.  E é para estes que este despacho se destina. Não é para os homossexuais, ok?

Como diz a maravilhosa @Quadripolaridades em tom irónico e para descomplicar um pouco o tema,  "O português xixa nas beiras das estradas, nos pés de estátuas, atrás de carros, no mato quando está aflito, de pé, de joelhos, de cócoras ou a fazer a ponte durante festivais de verão, nas piscinas públicas, na areia da praia (sim, sim, as criancinhas também contam...) e vocês estão aí em discussões metafísicas sobre placas com perninhas ou saias nas portas das casas-de-banho?".

Agora mais a sério. Não podemos negar que estas pessoas existem. Existem e sofrem por estar presas num corpo no qual não se sentem confortáveis. Não imagino o quanto isso possa ser perturbador. Nessa perspectiva entendo que se dê tempo e espaço para as crianças decidirem de que género querem ser.

Não sou psicóloga, nem tenho aspirações a sê-lo, mas creio que esse acompanhamento deve ser dado primeiramente em casa, no seio família. Não se trata de esconder a criança, mas sim de, em privado e onde se sente confortável, ela ter tempo para se conhecer, para se questionar a si e aos seus pais sobre o tema.

Suponhamos uma criança que nasce com o sexo masculino, e com a idade se apercebe que se sente mais menina do que menino nos seus comportamentos sociais. O que fazer em relação a isso? Como lidar com isso? Pretende fazer cirurgia reconstrutiva de redesignação de sexo? Não pretende? Precisa de apoio psicológico? De terapia emocional?

Saindo do seio familiar, e passando para a escola. Creio que seria mais importante questionar os próprios e as suas famílias, sobre o tipo de apoio que a escola e respectiva direcção poderão implementar, do que a simples abertura das casas de banho da escola a meninos e meninas, sem se pensar nas efectivas vantagens/desvantagens e consequências disto.

Sejamos práticos, todas as escolas (públicas ou privadas) têm os chamados idiotas, os chico-espertos, os que gostam de quebrar as regras e ainda se riem de serem mal-educados. Não tenho qualquer dúvida que estes se vão aproveitar desta tentativa bem-intencionada de implementação da igualdade para seu belo prazer. Vão usar e abusar deste despacho para irem ao balneário espreitar maminhas e rabos das meninas. Sim, porque o abuso sexual não é só quando há violação física. O assédio também é abuso sexual. Os olhares, os piropos também incomodam. Nisto, a Laurinda Alves tem razão, bolas!!! Como podemos garantir que o menino que entrou pelo balneário das raparigas dentro o fez pelas razões que o despacho definiu?

As crianças habituam-se a tudo, é verdade! Se forem habituados desde pequeninos a partilharem casas de banho como se não houvesse género (como se faz nas creches), educados dessa forma, sem nunca perderem esse hábito, até podiam ir todos à mesma. Não havia cá casas de banho das meninas e dos meninos. Iam todos à mesma. Havia uma única casa de banho para todos. Uma cena estilo "Imagine" do John Lennon​.: "Imagine all the people sharing all the world, all the bathrooms..." .  Se os deficientes (homens e mulheres) partilham a mesma casa de banho, nós (os ditos "normais") também o conseguimos fazer. Tem é de ser bastante limpinha e asseada.

As casas de banhos ainda são locais e de porta fechada, mas e os balneários? Despimo-nos todos à frente uns dos outros sem olhar a géneros?

Como disse no início, não consigo estar totalmente do lado dos a favor, nem completamente do lado dos que são contra. Por isso não comecem os radicais de um lado e de outro a dar facadas aí nos comentários. Tenho dúvidas do resultado prático desta medida. Levanto questões. E acho que era isso que se deveria ter feito antes de emitir este Despacho. Sou totalmente a favor da tolerância, não sou a favor da ingenuidade imatura.

Apoio psicológico e possibilidade de cirurgia de redesignação de sexo são a meu ver a prioridade. A ida à casa de banho é um mal menor em todo o sofrimento que passam, mas creio que apenas os próprios poderão dizer o que para eles é uma prioridade.

No limite, criem-se wcs e balneários ungenderous e vai lá quem quer.

terça-feira, agosto 20, 2019

Factos na história e curiosidades que me encantam de sobremaneira

Há factos na história e curiosidades que me encantam de sobremaneira, como por exemplo:
- descobrir que a famosíssima e caríssima mala da Hermés conhecida como Birkin Bag foi criada pela marca para a actriz e cantora Jane Birkin. Aquela mesma Jane Birkin que, a par com Serge Gainsbourg, canta aquela música francesa muito sexy e erótica (e que inclusivamente foi proibida pelo Vaticano) chamada "Je táime... moi non plus". Vocês conhecem de certeza.
- A conhecidíssima marca de automóveis eléctricos Tesla, que recentemente colocou um carro no espaço, fez do seu nome uma homenagem ao inventor e engenheiro electricista Nikola Tesla, o qual (entre outras coisas) descobriu uma maneira de transmitir eletricidade sem fios. Para além da marca de automóveis, também a banda de rock norte-americana Tesla lhe deve o seu nome. Tesla é nome de uma cratera na lua, e existe um aeroporto em Belgrado chamado Nikola Tesla. Nas Cataratas de Niagára está uma estátua construida em sua homenagem. Conheciam Tesla antes do aparecimento dos veículos de Elon Musk?
- Michael Jackson escreveu a letra de “Bad” com a intenção de a cantar num dueto com Prince, mas devido à frase inicial “Your butt is mine" Prince recusou-se. Alegadamente Prince terá perguntado ao Michael: “Quem é que vai cantar essa parte para quem? É que de certeza que tu não a vais cantar para mim.”
- "Futilidade" é um livro escrito por Morgan Robertson cuja narrativa apresenta o transatlântico Titan, que se afunda no Atlântico Norte, após bater num iceberg. Qual parte incrível desta história? O livro foi escrito 14 anos antes do célebre naufrágio de Titanic. Masabuni Hosono, o único passageiro japonês a bordo e que sobreviveu ao acidente, foi considerado um cobarde pelos seus compatriotas por ter preferido salvar-se a morrer juntamente com os restantes passageiros. Curioso o nome do livro ser Futilidade.
- Graças à investigação da jornalista Veronica Guerin sobre a máfia e os barões de droga irlandeses, que levou ao seu assassinato em 1996, a população da Irlanda se revoltou e protestou nas ruas, Os barões de droga tiveram seus bens confiscados e foram presos. Um ano depois, os crimes caíram em mais de 50% na Irlanda. Veronica Guerin é considerada uma heroína na Irlanda. Cate Blanchett protagoniza a jornalista num filme de Joel Schumacher (o realizador dos filmes Batman, o Cliente e ) de 2003, chamado Veronica Guerin. Schumacher é o realizador de dois filmes que adoro: o Cliente e Tempo para Matar. 
- River Phoenix, o actor conhecido pelo filme Stand by me, que morreu aos 23 anos de overdose, é irmão do actor Joaquin Phoenix. Como é que eu não sabia isto?
Adoro estas histórias. Partilhem mais destas pérolas nos comentários, e façam de mim uma Limonada muito mais informada.

segunda-feira, agosto 19, 2019

Dos almoços com as amigas a dizer mal dos maridos

Tenho almoços em atraso para marcar com amigas, daqueles para descontrair e que me fazem melhor do que duas sessões de terapia por mês.
No outro dia, encontrei o marido de uma amiga e pedi-lhe para lhe dizer que tinha saudades dela e que precisávamos de marcar um almocinho. E diz-me ele em tom de gozo: - Almoço? Para falarem mal de nós, maridos, não é?
Não. Mas é que não mesmo.
Primeiro, quando nos juntamos temos muito mais para partilhar umas com as outras do que histórias sobre os nossos maridos. Tudo bem que por uma questão de educação e amizade se pergunta pela família e como estão todos lá em casa. Mas, há um rol de cenas e opiniões para falar: do livro que se leu, do filme que se viu, da nova série da Netflix que estamos a acompanhar e que é um must, da viagem que gostariámos de fazer no próximo ano, dos saldos da Zara, do corte de cabelo para depois do verão, dos quilos que engordámos durante o período de férias porque deixámos de treinar, do Santini que agora tem um programa de fidelização que acumula pontos que podemos trocar por gelados, que ontem à noite vimos as notícias e confirma-se que o Trump é um idiota, do Processo de Tancos que julgávamos esquecido mas afinal vai sobre rodas e já conta com 25 arguidos, do concerto dos @TheGift em Cascais que gostaríamos muito de assistir, da Noite Branca em Loulé no final de Agosto, do novo filme do Tarantino que relembra o assassinato de Sharon Tate e os crimes de Charles Manson, de uma nova experiência de voluntariado. And so on and so forth. Podíamos estar um dia inteiro na tagarelice sem mencionar o vosso nome.
Segundo, para passar a vida a dizer mal do meu marido às amigas, por que raios estaria eu com ele?Nunca percebi muito bem a razão de se estar com alguém se é para estarmos sempre a lamentarmo-nos da má sorte que nos calhou. Quem não está bem muda-se, de preferência para melhor. Se o melhor não vier, vale mais só que mal acompanhada, minha gente. Passar a vida a dizer mal de quem nós escolhemos para partilhar os nossos momentos, a nossa intimidade e o tempo que nos resta neste mundo, é que não me parece lá muito inteligente.
Mas isto sou eu que tenho mau feitio e falo pelos cotovelos.

Há sempre duas maneiras de vermos as coisas

Voltei hoje ao trabalho e a Maria à creche. Como mãe-galinha que sou acabei de ligar para saber como ela tem estado esta manhã.
Disseram-me:
- choramingou um bocadinho, mas almoçou bem e agora está a dormir. É normal, esteve com os pais estes dias todos, Quando eles voltam choramingam sempre um bocadinho.
- Pois, eu já imaginava, ela tem andado estas férias muito colada a mim, só quer o meu colo, não dorme sozinha, só quer estar agarrada ao meu pescoço. Ainda esta madrugada tive de a ir buscar ao seu quarto, levá-la para a nossa cama e ela só adormeceu novamente agarrada a mim. (Eu a lamentar-me pesarosamente da minha noite mal-dormida)
Do outro lado, respondem-me:
- Aproveite, mãe. Aproveite esses mimos que isso passa num instante.
Há sempre duas maneiras de vermos as coisas. Em vez de me lamentar por ter tido o meu sono interrompido às 5 da manhã, eu tenho mesmo é de absorver tanto carinho e este amor imenso.
Certo?