segunda-feira, agosto 26, 2019

Pessoas que não sabem estar

Há uns dias abordei numa página de facebook uma mãe de uma criança que nasceu menino, mas que se sente menina e que se assumiu como uma Leonor.
Uma mãe que aceitou orgulhosamente a decisão da filha e que abriu o seu coração ao mundo dizendo que precisava era de apoio e não de críticas a este novo despacho, e que estava a dar um enorme puxão de orelhas na Laurinda Alves pelo artigo que escreveu sobre este assunto.
Perguntei directamente a essa mãe que tipo de ajuda e apoio precisava não apenas ela, mas também a Leonor que nasceu biologicamente como um menino.
Deixei nos comentários como mãe, se ambas precisam de apoio psicológico, de apoio na mudança fisica de sexo, etc, no fundo perguntei a que tipo de apoio se referia essa mãe naquele seu desabafo.
A mãe a quem me dirigi nunca me respondeu, mas os comentários de terceiros foram do mais ridículo e agressivo  que poderia haver,  dizendo que quem precisava de ir ao psicólogo era eu. Houve quem inclusivamente me dissesse que quem precisava de cirurgia ao cérebro era eu. Como se a Cirurgia de Redesignação Sexual não fosse um dos maiores desejo de um transsexual.
Conclusão: Eliminei o meu comentário.
Cada vez gosto menos de partilhar a minha opinião nas redes sociais. As pessoas não sabem estar, não sabem falar. Fiz uma pergunta directa àquela mãe, não estava a falar para terceiros. Fiz uma pergunta sincera, colocando-me nos pés daquela mãe e tentando perceber como mãe de que tipo de apoio precisaria eu e a minha filha se um dia ela decidisse ser não uma Maria, mas sim um Manuel. Aquele menino que agora era menina deveria com toda a certeza ter motivos para precisar de apoio psicológico, muito mais do que algumas crianças que andam a ser seguidas assiduamente por motivos aparentemente bem mais simples de resolver.
Que a internet está cheia de idiotas rancorosos e desejosos de ter em quem depositar a raiva com que acordam diariamente eu já sabia. Só nunca me tinha calhado a mim directamente.
Continuo com a minha dúvida e com a mesma questão. As pessoas a quem este despacho se destina, as crianças que estão a passar por este processo e suas famílias, de que tipo de apoio precisam em primeira mão? Será mesmo a questão das casas de banho uma prioridade? Gostava de os ouvir, de perceber as suas angústias e frustrações e de que forma podemos todos trazer-lhe um pouco de alívio. Mas neste momento acho que prefiro ficar na ignorância.
Daquela mãe não obtive qualquer resposta (ou não viu a pergunta ou preferiu deixar qie terceiros respondessem por ela)  e eu sinceramente também não tenho vontade de perguntar a mais nenhuma. 

1 comentário:

  1. Infelizmente é assim... as redes sociais abrem portas ... mas as pessoas acham que espreitar nessas mesmas portas lhes dá o direito para tudo, inclusive de ofender... cada vez gosto mais dos blogs...

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