À saída de uma marisqueira fina, reputada e altamente conhecida no centro de Lisboa (não interessa qual, aquela que toda a gente adora, famosíssima até entre os turistas, o Ramiro, pronto!):
Quando abro a porta para sair, deparo-me com uma fila de espera enorme à porta, e entra de rompante, vindo nem sei bem de onde, um betinho. Daqueles com ar de quem é aficcionado de tauromaquia, que trata as amigas da mãe por tia, que já conhece o dono do restaurante e por isso passa à frente de todos os energúmenos que perdem tempo em filas de espera.
Eu abro a porta para sair e ele entra! Entra e fica à minha frente a tentar furar, sem me dar qualquer oportunidade de sair. Aliás, eu acho que o menino está tão habituado a que lhe abram a porta para tudo na vida que nem reparou que eu não era o porteiro.
Como na parte de dentro do restaurante está tudo a abarrotar, nem ele entra nem eu saio.
E digo-lhe eu, que já tinha bebido umas imperiais: "e que tal deixar-me sair, hein? Se calhar deixava-me sair, já que até fui eu que abri a porta, é que se me deixar sair se calhar consegue entrar!"
O menino estava a pedi-las!