O Tempo de um cigarro
Descompressão,
Solidão que vale ouro
Janelas abertas, cabelos ao vento, volume no limite que
preenche
O Tempo de um cigarro
Compasso desejado pela alma
Varanda iluminada por candeia que acalma
Retorno a si
O Tempo de um cigarro
Partilha inesperada
Palavras tremidas e ridículas
Palpitar cúmplice,
O Tempo de um cigarro
Por esquinas de um pensamento que não se perdeu
"Se fosse fácil não era para nós"
Sabor agridoce da Saudade
Desafio aceite.
ResponderEliminarHOJE
Hoje.
Finalmente.
O dia de perceber
A quantidade infinita
De palavras contidas numa simples lágrima.
Sentida.
Sensivelmente.
Por unidade
Melimetricamente medida
Sal
Água
No silencio da alma vertida.
Um capitulo inteiro de palavras
Que nunca existirão.
Verbalmente.
"Destinados a destilar noite e dia o sonho e o riso " como na música do Palma?"
Entendimento crivelmente assente.
Hoje.
Somente.
Sofia Marques
O meu vestido verde
ResponderEliminarA manhã fantástica de sol em que não parou de chover
Aquele abraço apertado que não aconteceu
O beijo alegre da chegada que foi de despedida
Os gemidos contidos
O agasalho que nunca aqueceu
O grito de liberdade que não saiu de trás das grades
A água límpida do rio que acabara de secar
A viagem no transatlântico que não passou de um cacilheiro
A noite de lua cheia que era lua nova
A gargalhada que afinal era uma lágrima
A música que pairava no ar e que não tinha som
A vontade de tudo que dava em nada
A procura constante do que não se sabe
A felicidade eterna que nunca chegou a ser vista
A saudade … de ter saudades
O meu vestido verde …. mas que lhe faltou o amarelo …
...Pai é aquele...
ResponderEliminarpor José Santos Esteves
Pai, é aquele que me deu a vida!
Aquele, que me dá a mão
Aquele, que me diz sim!
Porque quer o melhor para mim
Aquele que me diz que não!
Porque estou cego para ver a evolução
Pai, meu baú de conhecimento,
O meu guia e orientador do meu desenvolvimento
Aquele que me leva a passear e dos prazeres da vida desfrutar
Que comigo joga à bola até ser o primeiro a se cansar
Aquele que sempre me encaminha a estudar
Pai, aquele que me abraça quando o dia me corre mal
Mas rapidamente me acolhe e afasta o temporal
Que comigo é justo e verdadeiro
Aquele que me diz que sou o primeiro e um guerreiro
Aquele que me explica que não sou igual a ninguém
Mas que deverei ser igual a mim próprio porque o que vai também vem
Pai, amigo e companheiro desta minha jornada terrena
Aquele que me ensina que só a mim me cabe escolher se esta experiência é triste, alegre ou amena
Aquele que me ensina que trabalhar é bom para auto-estima
Que nutrição e desporto é saudável e um caminho para a disciplina
Aquele que me diz que ser generoso é ajudar o homem comum,
Que no fundo da alma, partilhamos um espaço comum
Pai é aquele que me cria ...
... e comigo se preocupa no dia-a-dia
19 de Março de 2014
Um poema para o “Dia do Pai”
A fragilidade nossa está nos gestos
ResponderEliminarNos silêncios
Quanto mais longos, mais frágeis, mais intensos
Quanto menos percetíveis e espessos, mais perigosos
Os silêncios, palpáveis e pesados
Quase sempre misteriosos
E ao mesmo tempo
Indiscretos
Tantas vezes
A fragilidade de tudo o que sentimos
Está em tudo o que calamos
Nas vontades que escondemos
Nos perigos todos que inventamos
A fragilidade do que sentimos
Pode quebrar-se com pouco, é certo
Uma promessa de um sorriso
em cada silêncio perene
É uma força que aparece
De um gesto qualquer que esteja certo
E nos mostre a tempo, mesmo a calhar
Tudo o que de tão frágil e importante se perde
Se, por acaso
desviarmos o olhar.
Se nada se disser
E de repente o tempo passar
Temos poetas!!! Obrigada a todos os que aceitaram o desafio.
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