Ora eu que não vejo novelas há uma catrefada de anos, que não me lembro da última novela que vi (acho que foi aquela com o Reynaldo Gianecchini em que ele andava com uma louraça toda boa e depois mudou para a filha..."Laços de Família", será?) não encontro qualquer semelhança, mas se calhar sou eu que ando a ver novelas a menos.
Pouco me interessa se a história é banal, se o António-Pedro Vasconcelos só faz filmes mainstream e comerciais. Este é um filme para a generalidade dos portugueses, sim! E então? Deixem-se de manias intelectualóides!
São 124 minutos bem passados, cuja mensagem chega rápido, mas se calhar é isso que se pretende.
A mensagem principal é que a generosidade e o amor podem mudar atitudes, podem mudar relações, podem mudar vidas. Não é nada de novo para ninguém, mas quantos efectivamente o fazem? Quantos se preocupam em fazer a diferença na vida de um desconhecido? Por um familiar, um amigo até somos capazes de ter essa dedicação, mas e por um estranho? Quantos de nós têm a coragem?
Mais, do que esse desafio, este filme lança a certeza que o amor entre homem e mulher não tem de ser "carnal" e físico. Nem sempre duas pessoas se gostam, se complementam ou são cúmplices na perspectiva de um relacionamento amoroso. Há diferentes tipos de amor, e igualmente válidos, igualmente deliciosos e reconfortantes!
Os diálogos têm expressões curiosas e divertidas. Aquela do "dá aí uma passa... daqui a pouco o vento fuma mais cá gente!" (ou qualquer coisa deste género) já virou punchline cá em casa.
Para além disso, o tema "Clandestinos do Amor" interpretado pela Ana Moura é humilde, mas honesto e doce.
Vão ver e depois digam de vossa justiça.
PS: SLB forever António-Pedro!