O pai na sala a ver o Sporting na Sport TV, depois de ter acompanhado a meia-final do João Sousa no torneio de ténis de Valência.
A mãe na cozinha a ver a 2ª temporada de The Killing na Netflix pelo computador, ao mesmo tempo que orienta o jantar.
A Smartieteen no seu quarto a ver o concerto dos 5 Seconds of Summer ao vivo em Atlanta, depois de ter visto dois episódios de Teenwolf.
O TeenTim no seu quarto a conversar no chat com os amigos, depois de ter passado a tarde a ver vídeos do CSGO.
Cada um para seu canto! É preocupante?
No meu tempo a TV era objecto de culto, de convívio e aglutinador da família. Os canais eram apenas dois, e todos tínhamos de ver a mesma coisa. Quais eram as opções? Ver a telenovela com os pais, ouvir música no rádio ou ir dormir!
Hoje há TV, PC, iPad, iPhone e a oferta de entretenimento televisivo é tanta que cada um segue o filme, a série, o jogo que mais lhe apraz.
E será isso assim tão mau? O espaço que cada um dedica aos seus gostos e interesses não tem de ser necessariamente prejudicial para o ambiente familiar, desde que se alimentem e proporcionem momentos em comum, e se guarde tempo para a partilha diária.
Há imensas coisas que se podem fazer em família: idas à praia, ao cinema, teatro, concertos, corridas, passeios pela cidade, etc. E mesmo em casa há coisas que se podem fazer para conviver. O tempo das refeições deve continuar a ser um espaço de diálogo, e há sempre a possibilidade de escolher um programa do qual todos gostem para seguir na TV, há a reunião à volta de um jogo de mesa, e porque não convidá-los a cozinhar?
Na minha adolescência passava horas a fio ouvir radio ou à volta da aparelhagem, rebobinando cassetes áudio, "sacando" letras das minhas músicas preferidas para depois traduzir. Só eu, a música e um dicionário. Refugiava-me nos livros, na escrita e na música para fugir à monotonia daquilo que os meus pais viam na TV.
E não me fez mal nenhum, muito pelo contrário definiu-me. Inglês sempre foi a minha disciplina preferida durante os tempos de escola, na faculdade segui Línguas e Literaturas Modernas e hoje em dia, entre outros trabalhos, escrevo e faço traduções de sinopses de episódios de séries. Apesar de não tocar nenhum instrumento, a música é fundamental na minha vida.
Desde que haja um certo equilíbrio, desde que nós pais estejamos atentos aos gostos dos filhos e manifestemos interesse por aquilo que eles fazem quando estão sozinhos, sem invadir a sua privacidade, acredito que esses momentos só os ajudam a descobrirem-se, a consolidarem a sua personalidade e os seus gostos, e entender o que os faz feliz. Quem sabe se os gostos de agora não virão a ser o seu futuro?
Prefiro isto às amarras de pensamento criadas de cada vez que os obrigamos a ver aquilo que nós vemos, formatando-os à nossa vontade, só porque somos os pais. Nem sempre, nem nunca. Equilíbrio e Bom-senso, é o que se exige nesta história de educarmos e criarmos alguém. Nisto, como em tudo na vida.
Prefiro isto às amarras de pensamento criadas de cada vez que os obrigamos a ver aquilo que nós vemos, formatando-os à nossa vontade, só porque somos os pais. Nem sempre, nem nunca. Equilíbrio e Bom-senso, é o que se exige nesta história de educarmos e criarmos alguém. Nisto, como em tudo na vida.
Ui que cada vez gosto mais de ti!!! Apesar de estar sentada no mesmo sofá que a minha filha, estou com um PC e ela está com outro. O pai é o único que está a ver TV. MAS o tempo de fazer coisas juntos existe sempre.
ResponderEliminarAh, e partilhar novidades sobre os 5 Seconds of Summer é uma coisa das duas. Ela fez-me ouvir e eu agora adoro! E acaba por ser mais uma paixão das duas que nos une. Beijo
:-) obrigada. Desde que nessa individualidade de gostos haja partilha e nós nos interessemos pelos mesmos, acho que até pode ser muito positivo. Aprendemos muito uns com os outros, se assim quisermos. Beijinho
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