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O tema deste mês é : VIAGENS
Para quem é verdadeiramente aficionado, são precisos apenas dois motivos para viajar: por tudo e por nada. Porque nos aconteceu uma coisa boa na vida, viajamos para celebrar. Porque nos aconteceu uma coisa má e precisamos fugir dela, porque não aconteceu nada e viajamos para que aconteça.
Mas uma viagem também pode ser um momento de mudança, o início de uma nova vida, a descoberta daquilo que melhor há em nós mesmos.
Existem alguns filmes que exploram o tema das viagens enquanto ponto de partida para uma nova vida.
Vemos isso em "Comer, Orar, Amar". Julia Roberts no papel de Liz Gilbert, retrata uma mulher que aparentemente tinha tudo para ser feliz (marido, casa, carreira), mas que ainda assim se sente perdida e confusa tentando perceber o que realmente quer da vida. O seu divórcio é o ponto de partida para a busca do autoconhecimento pelos três Is: Itália, Índia, Indonésia. Em Itália, Liz encontra o prazer da gastronomia, na Índia descobre o poder da espiritualidade e na Indonésia encontra-se com a paz e o amor.
Em "Into the wild", o realizador Sean Penn mostra-nos a hístória verídica de um jovem americano, Christopher MaCandless, que ao terminar a faculdade e inspirado nas suas leituras de Tolstoi e Thoreau, parte para a aventura de uma vida. Chris abandona a casa dos pais, entrega o seu dinheiro a uma instituição de caridade, muda de identidade, e tentando afastar-se do materialismo da sociedade procura viver em comunhão com a natureza, pelo que parte em direcção ao Alasca. Só ele e a natureza. E é aí que termina os seus dias.
Em "Wild", um drama biográfico sobre a vida de Cheryl Strayed, cujo papel é interpretado por Reese Witherspoon, acerca da sua jornada em busca de um recomeço após a morte da mãe, um divórcio e um período em que praticamente se autodestruiu agarrada à heroína. Cheryl decide mudar de vida e apostar numa caminhada de mil quilómetros. Um ponto de partida para investir em si e começar uma nova vida perto na natureza.
Recentemente, uma pessoa minha amiga decidiu fazer o mesmo. Largou tudo e partiu, como nos filmes :-). A Sara partiu para descobrir como quer viver, e está a fazê-lo neste preciso momento pela América Latina em forma de voluntariado. Podem segui-la em A Explorar o Mundo.
Transcrevo aqui as suas próprias palavras e os motivos que a levaram a esta partida:
"À procura de como quero viver!
Após tantas histórias, após tantas conversas, após tantos sonhos... Um dia decidi que o dia tinha chegado!
Desde que nascemos a sociedade cria expectativas sobre nosso futuro. Tens de ser bom aluno, para ter um bom emprego, casar e ter filhos. Ser bem sucedido é ter capacidade para comprar uma casa, ter um carro actual, conseguir pagar todos os impostos e ainda sobrar dinheiro para umas férias turísticas por ano. Fazendo as contas, trabalhaste dez horas por dia, consomes cada vez mais e tens cada vez menos: menos tempo, menos saúde e menos vontade própria! E quando dás conta a vida passou-te ao lado! Por outro lado se foges do que é considerado normal, olham para ti como se fosses um ser esquisito. Nós mulheres então temos um prazo de validade! Não vou aqui falar dos olhares que vi nem das sarcásticas perguntas e observações que me fizeram. (Se assim fosse este blog chamaria-se “Por amor da santa...a mais pequenina do mundo” ;D ). Tenho um episódio engraçado que vivi em Angola e que nos faz pensar, pelo menos a mim fez-me. Um senhor que na altura tinha 37 anos, 5 filhos, uma mulher e uma namorada com 19 anos, perguntou-me a idade (na altura teria uns 27 anos) e quantos filhos tinha, quando lhe respondi olhou para mim e disse-me “essa anca está velha e já não vai dar filhos”, argumentei que ainda era muito nova e que é possível ter filhos pelo menos até aos 40. Contestou-me que com essa idade estou breve no final de vida, eu disse-lhe que ainda não estaria nem a meio do caminho e que em Portugal é normal viver até aos 80 anos, ele chocado diz “ e o que fazem durante tanto tempo, isso é uma chatice?!”. Gargalhei! Vivemos! A questão aqui é como queres viver?! É incrível como a educação e cultura são importantes para a evolução das sociedades. É importante respeitar e tentar compreender as sociedades em que te vais infiltrando e estar aberto a que mesmo sendo diferentes da tua poderão ter coisas boas e quiçá haja uma forma de ajudar a alterar as coisas menos boas.
O pressuposto foi explorar, e para que não sentisse que faltava um sentido, a escolha foi ajudar. Por isso, ideia é conhecer pessoas que são agentes de transformação e trabalham para melhorar, efetivamente, a vida do próximo. Conhecer e viajar pelo mundo e ajudar em projectos sociais. Porquê fora de Portugal? Porque quero encontrar contrastes de culturas, crenças e valores, quero aprender, sentir e viver de maneiras diferentes. O desafio é ser inundada por outras realidades e conseguir gerir tudo isso. Estou de coração aberto para perguntar, ouvir, observar, sentir e registrar, e espero conseguir compartilhar as minhas experiências com a mesma intensidade que as vivo.
O objetivo maior é descobrir-me e tornar-me uma pessoa mais consciente e melhor. Este é o caminho que escolhi.
A fórmula de como queres ser feliz és tu que a escolhes!
Carpe Diem,
Sara"
Sara"
Por vezes não importa o destino, mas sim o caminho que percorres!
Dos filmes que mencionaste só vi o primeiro, fiquei com vontade de ver os outros. A história da Sara é bastante inspiradora, identifico-me em grande parte.
ResponderEliminarNão é fácil fazer o que a Sara está a fazer, mas de certa forma invejo-a, por não te amarras...
EliminarSó custa tomar a decisão (muito), depois é disfrutar e absorver tudo o que vem de bom. Tudo vale a pena se é isso que desejas. Beijinhos
ResponderEliminarQuando temos filhos é mais difícil partir assim :-) só se for qd eles já forem crescidos e não precisarem de nós.
EliminarGostei muito! Eu sigo esse mesmo blog porque já aqui o vi, e posso dizer que admiro quem tem coragem de ir, sem medo. Ou melhor, mesmo com medo. Eu, medricas como sou, quero conhecer mais mas às vezes vejo mais depressa os meus medos do que o bom que advém de os ultrapassar.
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