sábado, dezembro 31, 2016

Despedida de um maravilhoso 2016



Este ano não foi fácil para muita gente, mas para mim foi um ano maravilhoso e inesquecível por vários motivos.

Em primeiro lugar, porque estou viva, viva no sentido de pronta para aproveitar o que a vida tem para me dar. Tenho ganas de viver e vontade de fazer coisas que nunca fiz.

Tenho uma família maravilhosa e que eu amo muito: um Limoneiro insubstituível e dois teens incríveis.

Tenho comigo todos aqueles que amo, e de boa saúde.

Profissionalmente, foi um ano de desafios e muita aprendizagem.

Foi um ano rico em amizades sinceras. Poucas, mas sinceras. Não há nada que se compare a isso.

Continuo a dar o melhor de mim para ajudar a reconstruir sentidos de vida junto da Comunidade Vida e Paz, experiência que me tem ensinado o verdadeiro sentido de partilha e gratidão, mais do que qualquer outra coisa na minha vida.

Para além de tudo isto, este ano foi uma verdadeira roda viva de bons momentos:
Mudei de casa 
Troquei de carro
Viajei para o Dubai e Maldivas 
Fui pedida em casamento nas Maldivas 
É verdade, eu e o Limoneiro somos do contra. Enquanto que a maior parte do pessoal casa primeiro e vai de lua de mel depois, nós fomos para as Maldivas e estamos agora a tratar do casamento.

E por fim, porque vocês ( teimosos dum raio) continuam a vir aqui acompanhar as minhas aventuras, o que me deixa muito, mesmo muito, grata e com muita "pica" para continuar com este projecto.

Espero que o próximo ano seja igualmente promissor e feliz. Para mim, para os meus e para todos vós.

Desejo-vos sonhos, esperança, atitude, projectos, novos desafios, ambições, vitórias, muitas viagens sejam elas para onde for, e muita saúde para concretizar tudo isso.

Lembrem-se que a maior parte dos problemas dependem da maneira como os encaramos, por isso:
Besuntem-se de boa disposição
Amem
Sorriam
Beijem
Agradeçam
Chorem de alegria
Abracem
Errem
Admitam o erro
Comecem de novo
Entreguem-se às emoções
Partilhem
Sejam motivo de inspiração
Escolham um lema para o próximo ano e usem-no sempre que puderem.

O meu já está escolhido: "Attend to yourself first and then help others!" 
Não imagino felicidade que não inclua ajudar o outro. Para que a humanidade se endireite temos de começar por nós.

Um excelente 2017, Limoneiros! 

#highhopes #limonadadavida #viagens #happynewyear #attendtoyourself #helpothers #família #amor #amizade









segunda-feira, dezembro 05, 2016

Dia internacional do Voluntário


VOLUNTARIADO:
Doar parte do nosso tempo a quem mais precisa é de um retorno incomparável.
Faço-o em primeiro lugar por eles, pelas pessoas sem-abrigo, mas confesso que o faço também pelo bem-estar que isso me proporciona.
Antes não fosse preciso, antes todos eles estivessem num ambiente familiar saudável, a viver num espaço ao qual chamassem de lar, com um emprego e uma vida estável. Mas visto que infelizmente assim não é, agradeço do fundo do coração a oportunidade que a Comunidade Vida e Paz me dá de poder fazer algo por estas pessoas, de distribuir muito mais do que comida. Sorrisos e abraços.
Feliz dia do voluntário a todos os que se levantam do sofá para fazer algo pelo outro!

sexta-feira, dezembro 02, 2016

TODOS DIFERENTES, CORAÇÕES IGUAIS

Hoje, com o jornal Público, podem adquirir a Agenda TODOS DIFERENTES, CORAÇÕES IGUAIS. 

Uma iniciativa da Have a Nice Day para comemorar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.

A agenda junta desenhos do ilustrador Bruno Gaspar às frases de Mafalda Ribeiro: Sorrir sobre Rodas, oradora motivacional e escritora na defesa de um mundo mais inclusivo.
1€ reverte para a Fundação AFID Diferença.

Ide contribuir para uma maior e melhor inclusão das pessoas com deficiência em Portugal, meus Limoneiros!


#Todosdiferentescoracoesiguais


quarta-feira, novembro 30, 2016

Quando a vida tem cenas que parecem tiradas de um filme (parte II)



Em casa, na tv, vejo e revejo filmes dezenas de vezes, chego a comprar os DVDs só porque sim, mas não me lembro de alguma vez ter repetido um filme no cinema.

Este tinha de ir o ver outra vez, mas principalmente tinha de passar esta mensagem aos miúdos:
"Com um mundo tão apostado em destruir-se, não me parece uma coisa má que eu queira recompô-lo um pouco".

#desmonddoss #Heroidehacksawridge #sermãe #limonadadavida#cinema



sexta-feira, novembro 18, 2016

Amor é #11 - Limonada da Vida #29

Há uns dias uma Limoneira mandou-me este testemunho:

" Limonada, pegando no teu "AMOR É..." 

Estar num jantar com o marido e colegas de trabalho e ao fim de algum tempo em que mantenho uma conversa em alemão, olho para o meu marido e ele está com aquela cara de orgulho, embevecido a olhar para mim que me tira o raciocínio e me faz corar e ainda diz: "Continua miúda, estou a gostar de te ouvir" .
Esta frase vem em resposta às muitas vezes que disse que jamais iria aprender esta língua, só ele sabe o esforço que fiz para chegar ao patamar que estou agora e todos os dias aprendo. Trabalhar numa empresa alemã, numa equipa alemã tem-me dado luta, mas tem as suas vantagens 

:-)Amor é: continuarmos apaixonados e ainda me fazeres corar ao fim de 25 anos juntos, Paulo Alexandre"




E isto também é Limonada da Vida, por 3 motivos:

1- pelo desafio que esta Limoneira aceitou ao mudar de país, tendo de se adaptar a uma nova cultura e uma nova língua, chegando a este momento da sua vida em que sente que finalmente conseguiu;

2- pelo amor que une este casal, e que tenho o enorme privilégio de conhecer vai para uma carrada de anos;

3- por ela se ter lembrado da Rubrica  "AMOR É ... "  da Limonada para partilhar este momento. 










quinta-feira, novembro 17, 2016

Limonada da Vida ... #28


Encontrar a nossa pessoa!

Aquele amiga(o) que estará lá sempre para nós, com a qual podes contar que te dê um abanão quando estás em baixo, que grita contigo quando estás a ser ridícula, que te apoia mesmo não concordando contigo e que faz questão de to dizer, que se ri das tuas piadas, a quem confias a tua vida e o teu maior segredo, a quem podes ligar à 3.30h da manhã se precisares, a primeira pessoa a quem tens vontade de contar as boas e as más notícias, que sabe tudo de ti (mais do que tu própria) porque te mostra o que realmente és, que te faz olhar para ti para que sejas uma pessoa melhor, que termina as tuas frases, que sabe quando estás a fingir que está tudo bem, mas respeita que ainda não estejas pronta para o partilhar, a tua irmã (ão) do coração.


Não é a tua cara-metade, é a tua pessoa!



Tenho um filho adolescente, e agora?


O meu Timteen fez 16 anos esta semana. Tenho oficialmente um adolescente em casa.

Está naquela fase das roupas! Se até há bem pouco tempo era preciso obrigá-lo a ter um pouco de brio naquilo que vestia, caso contrário usava o mesmo casaco e as mesmas calças vezes sem conta, mesmo que o cheirinho já não fosse muito agradável, hoje em dia as calças são vestidas uma vez e ele já está preocupado em passá-las a ferro novamente.

Conversa de ontem (true story):
Ele- Passas-me estas calças a ferro para eu poder vesti-las outra vez?
Eu- Não, não vês que tenho o jantar para fazer? Quando a D. Augusta vier, ela passa. Até lá tens milhentos pares de calças no roupeiro para vestir.
Ele- Mas eu quero vestir estas. Esta semana ainda só as vesti uma vez. Já sei! Penduro-as no toalheiro da casa de banho e quando for tomar banho o vapor de água endireita-as!
Valha-me nossa senhora! Mães e pais, isto é um sinal claro de alerta.

Está esquisito! Já não veste qualquer coisa. Todas as semanas precisa de ir às compras porque lhe falta comprar uma camisa de ganga, umas calças verdes, ou aqueles ténis bordeaux. De prenda de aniversário quis um relógio todo xpto, de mostrador com ponteiros e bracelete de pele. Ficava danado de o pai dizer que o relógio era "à velho", mas levou o seu gosto avante e não desistiu do tal relógio.

Está vaidoso pra caramba! Se antes era preciso obrigá-lo a passar uma escova no cabelo antes de sair de casa, hoje em dia levanta-se mais cedo, molha a franja e dá-lhe com o secador pelo menos uns 10 minutos para pôr a franja no ar.

Está diferente! Enquanto que em pequenino acreditava em tudo o que lhe dizíamos, nem que fosse "as cuecas do pai natal são cor de rosa" ou "no próximo mês o pai vai receber um prémio à lua". Agora nada do que dizemos está correcto e a nossa opinião não conta para nada. Aliás, tudo o que seja dito por qualquer pessoa de fora tem sempre muito mais valor do que qualquer coisa que possa ser dita por mim ou pelo pai. O professor sabe mais que nós, o colega sabe mais que nós, o pai do amigo do colega sabe mais que nós, o porteiro da escola sabe mais que nós, o motorista do autocarro sabe mais que nós.

Está parvo! Ir a qualquer lado connosco é uma seca. Podemos convidá-lo para jantar fora, para sair à rua em noite de Halloween, para ir a um concerto, para viajar de avião para qualquer parte do mundo que para ele é tudo uma seca. "Quero ir para casa", "estou desejoso de chegar a casa". No entanto, ir com os colegas ao supermercado da esquina ou ao C.C. Colombo, é top!

Ontem à noite li no perfil de uma amiga que a vacina contra o cancro do colo do Útero (HPV) também deve ser dada a rapazes. Este assunto fez-me uma espécie de click e de imediato disse ao pai que se calhar estava na hora de pensar em vaciná-lo e de ter "aquela conversa".
- "Achas?!" respondeu-me ele! "Ele ainda é tão infantil!"

Se por um lado ainda é preciso gritar com ele todos os dias para o quarto estar arrumado, se é preciso mandá-lo lavar as mãos a cada refeição como se ainda tivesse 5 anos, se tem atitudes egoístas demonstrando ainda enorme falta de maturidade, por outro lado ele já começa a demonstrar vontade- própria e capacidade de decisão, ânsia de liberdade e de autonomia dos pais.

Já tem colegas que à noite vão para "Santos", que fumam cigarros e charros, que chegam a casa alcoolizados, que já têm namorada, namorada a sério, ou seja, que já... (vocês entendem-me). Ir jantar com os amigos e chegar a casa à uma da manhã é cedo... Hum, sim, acho está na hora de muitas conversas.

Ele é um miúdo desenrascado (às vezes até demais), mas há conselhos e dicas que nos competem a nós. Nem que seja para eles saberem que em caso de dúvida podem sempre vir ter connosco.

Não é fazer disto uma tragédia grega! É só ter noção daquilo que está para vir, inspirar fundo (fundo, bem fundo, mais um pouquinho, mais, estás quase sem ar?, isso continua a inspirar..., manda fora agora), ter calma, criar alguma empatia com o que se está a passar com eles, perceber que também já fomos assim tão parvos... A nós passou-nos com a idade, certo? Com eles vai ser igual, certo?








A Michelle é a maior!



Para além de gira, culta e inteligente esta mulher é de um sentido de humor hilariante.

#michelleobama #sheishilarious #dontyoujustloveher 
#trumppresident



quarta-feira, novembro 16, 2016

Boteco das Tertúlias #14 - Uma imagem vale as palavras que quisermos!




O Boteco das Tertúlias deste mês traz uma novidade, um desafio.
Os textos serão baseados numa foto escolhida por uma das lady-bloguers do Boteco.
A primeira escolha foi da Espresso, e a foto foi tirada em Genebra.



À primeira vista: são dois? São um só?
São dois em um, que se complementam.

O mundo, a vida, o barulho, a cidade encontram-se em background, porque secundários.

A fotografia congela o momento, mas prefiro fechar os olhos e imaginá-los em ritmo de valsa, deslizando entrelaçados.

Neste momento tal como pela vida fora: passo a passo, lado a lado, unidos pelo que de mais íntimo já revelaram de si sem dar por isso, fluídos como a água.

Existem pedras à frente do caminho, mas não faz mal. Podemos sempre trepá-las. Contornar, ultrapassar. Já sabemos que juntos tudo é possível. Já perdemos conta às vezes que tivémos de o fazer.

Desde que não me falhes, estou por tudo, estarei onde estiveres. Estou contigo, estou com Deus.
Só não me falhes! Só não me faltes.

Prometo sussurar-te ao ouvido todos os dias que te amo, que és o amor de uma vida inteira. Só não me faltes!






Este texto faz parte da colaboração da Limonada da Vida com o projecto Boteco das Tertúlias.
Um debate de ideias mensal na companhia 


terça-feira, novembro 15, 2016

Não sou uma Amazing Cat


Não sou uma Amazing Cat, nunca fui sequer a um concerto de David Fonseca, mas sou fã desta música e da mensagem bonita de reconhecimento e gratidão que ela transmite.

Apesar da música ser de 2009 (se não estou em erro), ainda hoje me emociona, porque me faz lembrar das poucas, mas maravilhosas, pessoas que really know who I am.







Limonada da Vida #27


Limonada da vida é:

ter uma sogra que não te oferece panos da loiça nem toalhas de mesa para o Natal, mas que te conhece mesmo mesmo bem!










Comprei um anti-olheiras milagroso



um bilhete de avião para uma ilha paradisíaca no Índico!










segunda-feira, novembro 14, 2016

O mundo que aí vem



"Apercebo-me de que ser mulher num mundo de homens não é fácil. Elas desenvolveram uma forma de fazer as coisas, não através da força, mas por meio da inteligência e vamos precisar disso. Vamos precisar muito do bom senso feminino no mundo que aí vem."
Yann Arthus-Bertrand
#human 


sexta-feira, novembro 11, 2016

A sacana da publicidade ou I´m your man de Leonard Cohen





Era ainda uma catraia novita quando vi na televisão um anúncio
 (não me lembro a quê, se souberem postem aí em baixo) 
com este som de fundo. 
Não descansei enquanto não descobri qual era música e quem era o artista! 
Queria saber mais.
Foi assim que descobri Leonard Cohen.
A publicidade já me fez isto várias vezes, a sacana.
Para mim Cohen será sempre esta voz sensual.
 Cresci a pensar que o meu homem teria de ser assim: um bocadinho disto tudo.

quarta-feira, novembro 09, 2016

O mundo está ser atacado novamente!


Bem-vindos a um novo 9/11, América!
Desta vez, a culpa é vossa.


Welcome to a new 9/11, America!
This time, you' re the one to blame.

#itsnotfunnyanymore #trumppresident


terça-feira, outubro 25, 2016

Ai a adolescência!


O meu Timteen anda um vaidoso de primeira apanha. 
Há dias fomos comprar roupa nova. Como entretanto já esgotou o Stock das sweats novas todas, e para não ter de voltar às antigas, ontem perguntou-me como é que se lava roupa à mão. 
Valha-me nossa senhora da vaidade! 
E eu a pensar que isto era só coisa de gaja. 
Quando fizer anos vou-lhe oferecer um tanque e uma barra de sabão azul e branco.

#avaidadeaguçaoengenho #adolescencia #sweetsixteen

segunda-feira, outubro 17, 2016

Boteco das Tertúlias #13 - Recomeços


O Boteco está de volta depois de umas mini-férias e nada melhor para retomarmos este projecto do que este tema inspirador.


A vida está cheia de Recomeços. Os Recomeços podem assumir diferentes formas e ocupar partes diferentes da nossa vida, tanto na vida profissional como pessoal.

Quando falamos em Recomeços no dia-a-dia, normalmente trata-se de uma mudança de carreira, um novo emprego, uma nova escola, uma nova morada, voltar ao ginásio e desta vez ficar lá mais do que seis meses, aceitar convites ou desafios interessantes, correr riscos, experimentar actividades novas e em última análise ganhar qualidade de vida.

No campo pessoal, a palavra Recomeços é fortemente ligada a um pós-divórcio e à necessidade de fazer um reset ao coração precisando de o encher com um novo amor, uma nova família.

Ao Recomeço está inevitavelmente associada alguma expectativa e esperança, a capacidade de manter a mente receptiva e os braços abertos para iniciar algo de novo. Deixar para trás algo que nos desagrada, na ânsia de que algo melhor esteja para vir.

Mas depois há Recomeços dificeis, muitos difíceis. Aqueles nos quais não acreditamos, e para os quais aparentemente não há luz ao fundo do túnel.

Nas minhas voltas quinzenais pelas pessoas sem-abrigo, deparo-me brutalmente com a situação de quem já está na rua há tanto tempo, embrulhado num conformismo tal que já não acredita que algo de bom neste mundo alguma vez lhe possa acontecer. Recomeço é uma palavra na qual já não acreditam. Já existiram várias tentativas de recomeço e o final é sempre o mesmo.

Quando os "convidamos" a sair da rua, quando lhes dizemos que mais do que distribuir comida temos um espaço onde técnicos especializados os podem ouvir e ajudar a sair da condição de sem-abrigo, que temos Centros de acolhimento onde podem tratar os seus vícios (droga, álcool) e aprender uma nova profissão, o ar incrédulo e desconfiado impera e a frustração instala-se. Não se trata de não quererem sair, apenas já não acreditam que possam largar aquilo de vez.

E esses são efectivamente os recomeços mais complicados. É uma luta enorme contra o desacreditar, uma tarefa quase inglória quando nos respondem "isso não vai dar em nada". Só não é uma tarefa inglória porque, apesar do elevado número de desacreditados, existe uma percentagem mínima que aceita a nossa ajuda.

São os que ainda têm a capacidade de sonhar e de imaginar que a vida pode e tem de ser muito mais do que aquilo. Os que acreditam que podem ser muito mais e olham para esta ajuda inicial como o pontapé de saída para que deixem de depender de caridades o resto da vida.

Seja o estar agarrado a uma relação violenta e demolidora de auto-estima, seja o estar embranhado numa depressão profunda em que o suicídio parece a única solução, seja o viver dependente de droga ou álcool numa espiral sem fim, a diferença entre abandonar, ou não, qualquer uma destas situações depende sempre no acreditar que merecemos algo mais do que isso e gostarmos de nós o suficiente para querer abraçar um novo EU.  Por muita ajuda que venha de fora (familiares, amigos, associações, etc) o primeiro passo será sempre a nossa vontade de mudar.







(Este texto faz parte da colaboração da Limonada da Vida com o projecto Boteco das Tertúlias.
Um debate de ideias mensal na companhia 





sexta-feira, outubro 14, 2016

O mundo precisa de pessoas assim ... #5 Brooke Blair


O que dizer a esta fofura com espírito de activista revolucionária?!
Nunca percas esse espírito, Brooke!

E tu Theresa May, põe-te a pau!




terça-feira, outubro 11, 2016

Limoneiros chamados à recepção


Vamos lá esquecer os raios-parta dos taxistas e falar de coisas realmente importantes.


Esta sexta-feira, dia 14 de outubro, é novamente dia da minha volta pelas pessoas sem-abrigo com as equipas de rua da Comunidade Vida e Paz, e estamos a precisar de mantas, sacos-cama ou cobertores para distribuir.


As noites já estão a arrefecer e o vosso apoio está a fazer muuuuuuuita, mas mesmo muuuuuuita, mas é que é mesmo muuuita falta. Alguém tem coisas quentinhas que possa dar?

Para quem vive em Lisboa, pode entregar directamente na sede da Comunidade Vida e Paz na Rua Domingos Bomtempo, nº 7, em Lisboa. 

Para quem vive mais longe ou não se quiser deslocar, li algures que os CTT disponibilizam as embalagens solidárias grátis.

Se conhecerem uma associação perto de vós que também faça este tipo de distribuição pelas pessoas sem-abrigo, entreguem nessa associação.

No fundo o que importa é ajudar. 

#cvp #mantaporumsorriso #solidariedade #pessoassemabrigo



A Smartieteen cresceu!



O nome Smartieteen que dei à minha filha aqui no blogue foi inspirado no facto de ela adorar Smarties desde pequenina. Quando ela se portava bem eu dava-lhe Smarties, quando queria que comesse a sopa metia-lhe Smarties no prato da sopa, se lhe perguntasse o que ela queria para o lanche dizia-me que queria "iogurte de bolas", chamando bolas aos Smarties. Se ela pudesse, era Smarties a toda a hora. E ainda hoje diz que Smarties são o melhor chocolate do mundo.

Durante uns tempos ainda seguiu os passos da mãe e criou um blog (Smartieteen), mas agora emancipou-se, modernizou-se e virou Vlogger no YouTube, ou Youtuber, ou lá o que é.

Entitula-se ISmiley, inspirado no facto de ela ser fã da Miley Cyrus. De pouco adiantou a minha luta para que esta deixasse de ser o seu ídolo, de pouco adiantou eu dizer-lhe que a Miley Cyrus não é propriamente um exemplo de menina, de pouco adiantou eu proibí-la de ir ao último concerto de Miley Cyrus em Portugal (aqui para quem não leu).  A paixão mantém-se! O que hei-de eu fazer?

Aliás, aqui que ninguém nos ouve, eu gosto que ela ouça os meus conselhos, pois é para isso que as mães servem. Mas também gosto muito que saiba pensar e decidir por si própria.

O Vlog da ISmiley é de conteúdos obviamente próprios da sua adolescência. Ela canta, ela dança, ela comenta os seus artistas favoritos, faz partidas às amigas, dá dicas para o dia-a-dia. Pode ser que um dia se lembre de partilhar receitas de culinária e me dê uns dias de folga na cozinha.

Ah, e dá 10 a 0 à mãe no seu enorme à-vontade! Tem jeito, a sacana.












segunda-feira, outubro 03, 2016

Há dias felizes

Quando ficas feliz com as conquistas de alguém que gostas ou admiras muito. 
Quando tens um orgulho imenso por essa pessoa fazer parte da tua vida. Quando reconheces o esforço e o sacrifício necessários para lá chegar e os assumes também como teus, ao ponto de lhes sentires o cheiro e o sabor.
Isso também é Limonada da Vida! 

#amizade #amor #limonadadavida


sexta-feira, setembro 30, 2016

Há dias em que ....


Tirando os nossos amigos, pais, maridos, irmãos, filhos, por vezes alguns tios e com jeitinho alguns cunhados, o resto dos homens são basicamente uns idiotas! 
Chiça penico! Livra!
#sermulher

quinta-feira, setembro 29, 2016

Os vizinhos existem para alguma coisa


Os meus novos vizinhos do piso de baixo colocaram um jacuzzi na varanda da sala, daqueles para seis pessoas.
Não os conheço ainda, mas daqui de cima parecem-me boas pessoas. 
Espero que eles sejam só 2, porque nós somos 4 cá em casa.
#fazeramizadecomosvizinhos

segunda-feira, setembro 26, 2016

Pensamentos de uma pseudo-corredora

De há uns meses para cá, muito em virtude de ter em casa um aspirante a maratonista que me desafia e me inspira, tenho feito algumas provas de corrida.

Quanto mais corro mais me apercebo que a corrida não é só um enorme esforço físico, mas um teste à minha mente e ao meu espírito de sacrifício. Quando estás quase quase quase a desistir, a parte psicológica vai buscar forças para te dar o combustível que o corpo precisa. 

No meu caso, são estas as diversas fases da corrida:

- OS 2KMS INICIAIS: 
Já?! Ena, isto fez-se bem. Já só faltam 8km.

-ENTRE OS 3 E OS 4 KMS
Conseguirei melhorar o meu tempo? A este ritmo acho que vou fazer isto abaixo dos 60 minutos.

- ENTRE OS 4 E OS 5KMS
Ainda? Bolas, ainda nem a meio do caminho vou e já estou a deitar os bofes pela boca.
Calma...
Vê que lindo cenário está à tua volta, estás a correr em plena marginal, está um dia lindo e tu és uma privilegiada por estar aqui. Ouve a música que passa nos fones e esquece o sofrimento. No fim vai valer a pena.

- ENTRE OS 5 E OS 6KMS
Ainda falta metade! 
Não querias reduzir o índice de massa gorda? Não querias perder gordura e celulite? Agora aguenta! Deixa-te de lamúrias. Pensa nesse teu rabo gigante e toca a mexer essas pernas.

-ENTRE OS 6 E OS 7KMS
Onde é que eu me vim meter? Estou de rastos. 
Mas quem é que tu queres enganar? Tu não nasceste para isto, miúda. Desiste! 

- APROXIMAM-SE OS 8 KM
Desistir?! Eu?! Mesmo que eu desistisse, ninguém me vinha cá buscar. Tenho de ser eu a ir até à meta, e eu recuso-me a fazê-lo a andar! 

- A BARREIRA DOS 9KMS
Já só falta 1km. Tás a ver não custa nada. Querias tu ter desistido aos 4km.... 
(Mas onde está o raio da meta que nunca mais a vejo??!)

- A CHEGADA À META

Sprint Final.
Sou a maior, sou poderosa! 
Da próxima vez inscrevo-me numa prova de 15km em vez de 10km.

ou talvez não ... 






segunda-feira, setembro 19, 2016

Ser voluntário não é para todos

Não é fácil ser voluntário! Não basta ter vontade de ajudar alguém.

Porque não? Porque nem todos são seres humanos de olhos tristes e meigos que carecem de conforto, de apoio e de uma oportunidade.

Também os há duros, cansados da vida, refilões e agressivos, com tanta vergonha e revolta que não reconhecem o quanto precisam de nós.

Há quinze dias apanhei um fulano que reclamou que as sandes que distribuíamos estavam estragadas, que os bolos não estavam em condições, e que aquilo que eu estava a distribuir era comida que não se dava a um cão quanto mais a uma pessoa.

Achei estranho, mas pedi desculpa. Disse que desconhecia (pois só faço a entrega), mas que iria pedir à equipa responsável pelas sandes para ter isso em consideração. Respondeu-me que isso não ia mudar nada, e que se era para andar a entregar lanches daqueles mais valia eu ficar em casa.

Fiquei magoada, mas entendi a situação como uma insatisfação pontual, como um desabafo. Transmiti a reclamação no relatório interno para que da próxima vez não se repetisse, e segui o meu caminho.

Nesta última sexta-feira, quando me dirigi ao mesmo homem por volta da meia noite, reparei que estava no mesmo sítio, deitado no mesmo banco de jardim, todo coberto pelo saco cama, nem a cabeça se via. Imaginei-o a dormir. Quando assim é, quando se encontram a dormir, deixamos o saco em silêncio para não os acordar. Foi o que tentei fazer, até pelo avançado da hora. Como entendo que comida não se deixa no chão, tentei pousar o saco junto aos seus pés, em cima do banco de jardim onde dormia. Mandou um salto e sentou-se. Não sei qual dos dois ficou mais assustado.

Começou a disparatar comigo, que não era assim que se fazia, que não é para se deixar o saco assim de qualquer maneira.
-Isso não se faz! Diz-me ele.
- Peço desculpa se o assustei, não era essa a minha intenção. Pensei que estava a dormir e queria apenas deixar-lhe o saco para quando acordasse.
- A mim não me assustas que eu já passei por muito nesta vida. Mas não deixas assim o saco e vais-te embora..

(Mau Maria, queres confusão? Há 15 dias foram as sandes estragadas e que mais valia eu ficar em casa, agora é a maneira como eu deixo o saco?)

- Olhe, quer que deixe o saco ou não? Se não quer eu posso levar de volta...
- Olha para as tuas colegas (ambas em silêncio). Nenhuma delas fala assim! Tu só queres deixar o saco e ir embora. Não é assim que se faz. Olha para as tuas colegas e vê como elas são simpáticas.

Passei o saco à colega (bastante mais condescendente do que eu, confesso) e informei que me ia embora. A ele disse que tinha sido a última vez que lhe levaria comida, pois era a segunda vez que era mal-educado comigo. Disse-lhe textualmente: De mim, você não recebe mais nada!  Bolas, sou uma voluntária, não sou Madre Teresa de Calcutá.

Voltei para a carrinha e por momentos pensei que não valia a pena continuar: o que fazes tu aqui, pá? Fica mas é em casa, no sofá, com a tua família, a ver filmes e séries de enfiada.

Pela primeira vez, em quase dois anos decorridos desde que abracei este projecto com a Comunidade Vida e Paz, apeteceu-me bater com a porta. Fui bombardeada por pensamentos como "não estou para isto", "não volto mais", "não foi para isto que me tornei voluntária".

Mas depois, com mais calma vem a certeza de que não me posso deitar abaixo por uma única pessoa. Não é um homem demasiado amargurado com a vida que me vai fazer abandonar os sorrisos rasgados e os obrigados sinceros dos restantes. Tais sorrisos valem fortunas, sabem-me a imensidão, tornam-me grande e forte. São eles que me motivam a continuar a fazer isto com amor.

Num panorama de centenas de pessoas sem-abrigo que ajudamos quinzenalmente, a sua maioria são-nos efectivamente gratos. É nesses que eu tenho de me focar.

Pode ser que um dia ele aprenda que mesmo não precisando, não temos o direito de maltratar ninguém, quanto mais quando precisamos.

Um grande bem-haja a todos os meus colegas da Volta B!





quarta-feira, agosto 17, 2016

Pergunta-te a ti mesmo! # Boteco das Tertúlias #12

O momento Gustavo Santos no Boteco das Tertúlias!

Este mês decidimos reflectir sobre Objectivos de Vida inspirando-nos neste vídeo de Vishen Lakhiani sobre as três perguntas que devemos fazer a nós próprios.





Quem já chegou aos 30 anos e pensou para si mesmo "mas que raio tenho eu andado a fazer da minha vida?" sabe perfeitamente do que estamos a falar.

Aquela sensação de que o tempo está a passar e que perdemos o foco sobre aquilo que realmente faz sentido na nossa vida, aquilo que realmente importa.

E o mais engraçado é que muitas vezes temos aquilo que consideramos essencial, como o sorriso dos nossos filhos, acordar todos os dias ao lado do amor da nossa vida, termos a profissão que gostamos, e mesmo assim faltar qualquer coisa. Mesmo assim sentir que não estamos... inteiros.

O vídeo convida-nos a parar para reflectir nas seguintes questões:

1- What do you want to experience?
2- How do I want to grow?
3- What do I want to contribute to the planet?

No fundo, a pergunta geral é QUE FOTOGRAFIA AINDA TE FALTA TIRAR?

No meu caso, dei comigo a acreditar que a minha mãe ainda pode ser feliz, a pensar que gostava de puder ajudar a minha sobrinha na sua doença, que gostava de fazer mais para melhorar o negócio de família, a querer dar melhores condições de trabalho aos meus funcionários e melhor serviço aos meus clientes, a apetecer-me correr o mundo em missão de voluntariado, a querer ter mais tempo para ler, a ainda não ter perdido a esperança de aprender a tocar guitarra, a desejar que os meus filhos cresçam fortes e independentes, a querer ficar velhinha ao lado da pessoa que amo, a ter vontade de ter o meu próprio negócio, a querer ter mais tempo para os amigos, a achar que ainda gostava de escrever um livro, etc.

Experimentem o exercício aconselhado no vídeo, acompanhado por dicas do próprio Vishen. São apenas 90 segundos para cada resposta.

Vá lá! Que Selfie ainda te falta tirar na tua vida?



O Boteco das Tertúlias é uma colaboração com os blogues Contador de EstoriasLifes TexturesEspresso and Stroopwafel, e  Anas há Muitas.
Vão lá espreitar o Tema deste mês nos seus blogues.

quinta-feira, julho 21, 2016

Quando a vida tem cenas que parecem tiradas de um filme!

Os meus Teens chegaram ontem de Inglaterra com um montão de histórias para contar.

Ao fim de 1hora no aeroporto à espera que saíssem do avião, posso garantir-vos que a zona das Chegadas do Aeroporto de Lisboa é um dos sítios mais comoventes e emocionantes do mundo.

Entre mulheres que esperam os maridos com tanta ansiedade que não se apercebem dos disparates dos filhos, crianças com desenhos coloridos onde se lê PAI em letras garrafais, amigos de longa data que se abraçam entre beijos e sorrisos, mães que aguardam por filhos que não veem há demasiado tempo, amores que se reencontram... You name it!

A realidade a imitar o cinema,  uma cena tirada de LOVE ACTUALLY!
O reencontro também é Limonada da Vida



sábado, julho 16, 2016

Boteco das Tertúlias #11 - Isto de ser português!

Quando era miúda havia muito a ideia de que tudo o que se fazia lá fora é que era bom. Tudo o que vinha do estrangeiro era muito à frente. Os estrangeiros eram especialistas em muitas coisas, tinham os melhores do mundo nisto e naquilo, eram competitivos e eram sempre eles os campeões.

Nós éramos apenas um Paraíso à beira mar plantado, mas que ninguém queria saber de nós para nada. Nós não contávamos para o Totoloto. Em nada. Ninguém sabia onde ficava Portgal no mapa, éramos para muitos um pedaço de Espanha. E isso sempre me indignou, pois aprendi que no tempo dos Descobrimentos fomos nós quem descobriu África, a Ásia, a América (ok a América foi a mando dos espanhóis, mas vá, tínhamos quota parte na descoberta). Nós fomos donos de metade do mundo, como era possível ninguém saber sequer onde ficava o nosso país?

Lembro-me que quando os meus pais iam viajar, a maior parte das coisas que eles me traziam, a mim ou ao meus irmãos, não haviam cá. Lembro-me de uns ténis azuis Le Coq Sportif que exibi na escola, pois ninguém tinha uns iguais. Lembro-me de um computador que trouxeram dos Estados Unidos que ensinava a ler e escrever inglês, falando connosco. Completamente inédito na altura. Neste portugalito com apenas dois canais de tv, com pouquíssimas lojas de marca, ainda demasiado marcado pela liberdade tardia e rodeado de analfabetismo.

Sinto que o meu país cresceu muito nestes últimos 30 anos. Tanto é verdade que para os meus filhos a box com 357 canais à escolha, a catrefada de shoppings com marcas de toda a forma e feito, são já um dado adquirido.  Hoje em dia qualquer produto chega a Portugal num piscar de olhos, e se não existir encomenda-se pela net e já está. Já não estamos anos à espera de um filme ou de uma série. 

Apesar de gostar de futebol desde que me lembro, nunca tive nem por sombras o orgulho de ver jogar a minha selecção como os meus filhos tiveram neste campeonato. Tirando a euforia de 2004 e da quase-vitória, não me lembro de em pequena ter sequer a esperança de ganhar fosse o que fosse. Ver o Carlos Lopes ganhar a medalha de ouro nos jogos Olímpicos Los Angeles, ou a Rosa Mota a ganhar a maratona em Seul, foram as vitória mais nobres que me lembro de ter assistido em nome de Portugal.

Hoje, e não é só pelo facto nos termos consagrado campeões da europa no passado dia 10, sente-se que apesar de sermos apenas 11 milhõezitos, somos gente de fibra, gente que acredita na superação, humildes e com os pés assentes na terra mas nem por isso com falta de ambição. Hoje sabemos que podemos ser tão bons ou melhores que os strangers em tudo. Damos cartas não só no desporto, como na ciência, no âmbito das empresas start-up, na informática. Até já temos portugueses no cinema americano. Quem será o primeiro português (a) a ganhar um óscar em Hollywood? Aceitam-se apostas!

Não é por acaso que a Nacional anda há séculos a dizer que o que é Nacional é bom!


sexta-feira, julho 15, 2016

Je ne suis pas Nice! E era isto que tinha para dizer sobre este assunto




Je ne suis pas Nice

Antes de sermos Nice, temos de ser Reyhanli, Haditha, Idlib, Mosul, Beshir, Jalula, Baquba, Tikrit, Homs, Bagdad, Aleppo, Raqqa, Samra, Ninewa, Diyala, Saladin
Texto de João André Costa • 15/07/2016 - 10:32

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"Há uns tempos comecei a compilar a seguinte lista de atentados perpetrados pelos Estado Islâmico:

- 11 de Maio de 2013, dois carros bomba explodem na cidade de Reyhanli, Turquia, causando 51 mortos e 140 feridos;
- 2 de Janeiro de 2014, um carro bomba explode em Beirute, causando 4 mortes e ferindo dezenas de pessoas;
- 23 de Fevereiro de 2014, um bombista suicida vitima 7 pessoas em Aleppo, Síria;
- 28 de Fevereiro de 2014, um bombista suicida vitima 7 pessoas em Haditha, Iraque;
- 15 de Março de 2014, o número total de vítimas do Estado Islâmico, por força da guerra e atentados, ascende a 336, às quais se juntam 1563 feridos;
- 20 de Março de 2014, um ataque levado a cabo por membros do Estado Islâmico provoca 2 mortes e 5 feridos;
- 16 de Abril de 2014, o Estado Islâmico assassina o Emir de Idlib, os seus irmãos, a mulher e os dois filhos;
- 1 de Maio de 2014, enquanto o mundo celebra o Dia do Trabalhador, o Estado Islâmico executa sete pessoas em público, algumas delas crucificadas;
- 7 de Junho de 2014, o Estado Islâmico faz reféns mais de 1300 alunos em Ramadi; - Uma bomba em Jalula provoca a morte a 18 elementos das forças curdas;
- 10 de Junho de 2014, o Estado Islâmico executa 600 prisioneiros em Mosul;
- 11 de Junho de 2014, o Estado Islâmico faz refém o Embaixador Turco juntamente com vários elementos da sua equipa;
- 12 de Junho de 2014, entre 1095 e 1700 soldados e 12 Imãs morrem às mãos das forças do Estado Islâmico entre Saladin e Mosul, Iraque;
- 13 de Junho de 2014, duas cidades na província de Diyala são capturadas pelo Estado Islâmico. Relatos falam da morte indiscriminada de soldados, polícias e civis; -
16 de Junho de 2014, o Estado Islâmico executa 28 voluntários perto de Samarra;
- 17 de Junho de 2014, 17 soldados iraquianos são mortos perto de Samarra;
- 18 de Junho de 2014, 20 civis são mortos na província de Saladin;
- 22 de Junho de 2014, o Estado Islâmico toma posse de 4 cidades na fronteira entre o Iraque e a Síria, dizimando um batalhão de soldados iraquianos e 21 líderes locais;
- 30 de Junho de 2014, 215 soldados iraquianos morrem numa tentativa de recaptura de Tikrit, caída às mãos do Estado Islâmico. De acordo com as Nações Unidas, durante o mês de Junho morreram 1531 civis e 886 soldados no Iraque, tendo sido feridas 524 pessoas;
- 7 de Julho de 2014, o Estado Islâmico rapta 11 civis da aldeia de Samra, Iraque;
- 8 de Julho de 2014, um candidato político e um juiz são raptados em Ninewa, Iraque;
- 9 de Julho de 2014, o Estado Islâmico rapta 60 soldados Iraquianos em Mosul;
- 11/12 de Julho de 2014, o Estado Islâmico executa 700 civis turcos em Beshir;
- 13 de Julho de 2014, os corpos de 12 homens executados pelo Estado Islâmico são descobertos em Baquba, Iraque;
- 16 de Julho de 2014, 42 soldados iraquianos são executados pelo Estado Islâmico a sul de Tikrit;
- 15 de Julho de 2014, nova tentativa de recaptura de Tikrit provoca a morte a 52 soldados iraquianos;
- 17 de Julho, os campos de gás de Homs, Síria, são capturados pelo Estado Islâmico. 270 soldados sírios são mortos;
- 19 de Julho de 2014, um bombista suicida em Bagdad provoca 33 mortos e 50 feridos;
- 22 de Julho de 2014, um Imã é assassinado pelo Estado Islâmico em Baquba, Iraque;
- 25 de Julho de 2014, o Estado Islâmico captura a 17a Divisão do Exército Sírio, decapitando vários soldados, cujas cabeças são expostas em Raqqa. Os corpos de 18 polícias iraquianos são descobertos a sul de Tikrit...

E parei por aqui, nauseado, como se ainda agora estivesse a meio da “Lista de Schindler“ e a menina de vermelho fosse a caminho da pira funerária.

Tantas mortes... e faltam-me as palavras para poder continuar, seja a ver o Holocausto, seja a ver o massacre mais o êxodo diário de milhões de pessoas cuja única culpa é a de viverem lá longe, no médio oriente, e não em Paris, ou Nice, cidades de tal modo perto de nós que nos é impossível não reconhecer os seus corpos mais as pessoas que um dia foram.

Não sei quem foram as (pelo menos) 84 pessoas cujas vidas pereceram ontem em Nice às mãos do Estado Islâmico. Mas enquanto não soubermos quem são todas as pessoas executadas, crucificadas, esquartejadas, violadas, raptadas, guilhotinadas, fuziladas, querem que continue, emparedadas, imoladas, apedrejadas, sufocadas, afogadas, eu sei lá, são tantos os modos e a as maneiras para nos matarem entre a Síria e o Iraque que de outro modo não nos é possível explicar o porquê da fuga de 14 milhões de pessoas mais a ignorância que todo o Ocidente lhes dedica, lá está, como se toda esta gente não fosse gente, não fossemos nós, não fosses tu e não fosse eu. Porque enquanto não soubermos todos os seus nomes vos garanto como se ontem tivemos Paris, hoje temos Nice, o qual não é senão o reflexo de um ódio que se permite, ainda hoje e desde 2013, andar à solta para que no fim tenhamos petróleo barato. Por isso não posso ser Nice. Hoje não. Porque antes de sermos Nice, temos de ser Reyhanli, Haditha, Idlib, Mosul, Beshir, Jalula, Baquba, Tikrit, Homs, Bagdad, Aleppo, Raqqa, Samra, Ninewa, Diyala, Saladin, entre tantos outros, entre tantas outras pessoas de cujas vidas nunca vamos tomar conhecimento, pelo menos até que um dia os meus amigos se lembrem de colorir os seus perfis no Facebook com as cores da bandeira da Síria ou do Iraque. Quando esse dia chegar, talvez eu acredite, talvez haja esperança. Até lá, continuaremos, hoje e sempre, a contar corpos."


E era isto que eu tinha para dizer, mas o João fê-lo melhor do que eu.