Hollywood anda em alvoroço com o escândalo das alegações de assédio sexual contra o produtor cinematográfico Harvey
Weinstein.
Várias são as actrizes que têm vindo a denunciar
os abusos, as insinuações, os assédios cometidos ao longo de cerca de 3
décadas.
Jane Fonda salienta nesta entrevista o
quanto isto é, e sempre foi, terrivelmente comum e habitual para todas as
mulheres, no seu dia-a-dia, no seu local de trabalho, no ginásio, num
restaurante só porque está a almoçar sozinha, na rua enquanto atravessa a passadeira,
nos Estados unidos da América, em Portugal e em qualquer parte do mundo.
Sempre foi. Uma mulher não tem, em pleno século XXI, o direito de andar na rua sem ser importunada.
Mas não quero cair em exageros. Não estou a falar de um mero piropo. Esse eu
até dou de barato. Esse por vezes até tem a sua graça. Não é disso que se
trata.
Estou a falar de expressões ordinárias,
badalhocas e rudes.
Estou a falar de uma pessoa, muitas
vezes numa situação profissional superior, que enche o seu ego e a sua masculinidade
com insinuações ridículas e despropositadas, que oferece contrapartidas para o
sucesso dos seus avanços, e que chantageia quando não correspondidos.
Estou a falar de homens que acreditam lá
bem no fundo das suas entranhas que toda a mulher é carne para canhão.
Estou a falar desse direito que os
homens acham que têm de se insinuar, de meter a mão, de se mostrarem muito
machos, de fazerem de uma mulher um objecto que existe apenas para seu gáudio e
desejo.
Nem todos os homens são predadores, nem todos os homens merecem este rótulo. Também existem homens que conseguem perceber o quanto isto é errado e que denunciam estes actos, como Ben Affleck e George Clooney fizeram em relação a Weinstein.
Perante a denúncia de mulheres e homens, pode ser que estes descompensados comecem a ganhar vergonha e deixem o fazer. É esta a esperança de Jane Fonda, a minha e a de qualquer uma de nós, creio eu.
Há que ter a coragem de denunciar!
#limonadadavida