Hoje a tarefa foi mais árdua. Apesar da roupa de bébé da minha Smartieteen já ter percorrido várias crianças e ajudado algumas mães, hoje tive de escolher para nunca mais voltar ver. Nunca mais voltar a ver aquele chapéu bordeaux estilo pintor, o primeiro babygrow, as jardineiras cor de rosa da Oshkosh, as primeiras calças de gangas... peças que só de olhar me trazem memórias inefáveis e deliciosas de quando ela era pequena, que me fazem lembrar que costumava adormecer com uma chucha na boca e duas nas mãos para fazer festinhas, a si mesma, de cada lado do rosto. Coisas que só nós duas sabemos.
Memórias que o tempo vai desgastando, apesar de nunca se apagarem, e que só estas coisas, ou em último recurso as fotografias, podem ajudar a relembrar.
Sou muito apegada às coisas, não no seu sentido material, mas porque me lembram momentos que não quero perder. É quase como se arrancassem um pedaço de mim de cada vez que tenho de me desfazer dessas peças.
Neste caso, teve mesmo de ser. Para além de não fazer sentido continuar a acumular roupa de bébé de uma criança com 14 anos, a propósito do Dia da Criança que se aproxima (1 de Junho), a Legião da Boa Vontade contactou-me a pedir alimentos, roupas, brinquedos para oferecerem cabazes a crianças necessitadas.
Esta manhã ela saiu para a escola enquanto eu fiquei a seleccionar o que dar. Vieram-me as lágrimas aos olhos, mas desfiz-me de três sacos enormes de roupa, mais peluches, e brinquedos. A mala do carro cheia de coisas que possam fazer sorrir outra criança ou trazer memórias a outra mãe.
Dei quase tudo, excepto o chapéu estilo pintor, as jardineiras da Oshkosh e o primeiro babygrow. Não consegui... não me peçam tudo de uma só vez!
PS: Quem estiver interessado em colaborar com a Legião da Boa Vontade nesta campanha para o DIA DA CRIANÇA, é só entregar roupas, alimentos e brinquedos na Avenida do Brasil, nº33A em Lisboa, ou na Rua Comandante Rodolfo de Araújo, nº104 no Porto ou na Rua Simões de Castro, nº147 em Coimbra.
Bem Hajam!
Conseguir dar quase tudo já é um grande passo! ;) Eu só guardei algumas coisitas que também acho especiais, mas a maioria das roupas fui dando assim que lhe deixaram de servir. Guardo as memórias apenas em fotos. ;) (Só espero nunca perder as fotos...)
ResponderEliminarAs fotos é gravá-las em vários sítios: no pc, num disco externo, no mínimo.
EliminarOhhhhhhh Susana. Palavras tão sentidas. É um grande gesto e uma grande mãe.
ResponderEliminarPieguices :-)
EliminarEntendo-te tão bem. Eu acumulo caixotes e caixotes de roupas das minhas filhas de 7 e 9 anos. E não consigo desfazer-me dela. É mais forte que eu.
ResponderEliminarTemos de ir fazer terapia!
EliminarSei que pode ter sido uma boa ação mas gostava que me tivesses falado nisso :(
ResponderEliminarOMG, tal mãe tal filha! Teve de ser...tu ias complicar a tarefa. Sorry!
Eliminar