Estes últimos dias não têm sido fáceis.
Nas notícias a desgraça de Pedrógão Grande, sobre a qual eu não consigo falar. Não sei o que se passa comigo, mas sinto que não tenho nada a dizer que já não tenha sido tido e redito, esmiuçado até ao limite da privacidade alheia e do sofrimento humano.
Não consigo tecer críticas, apontar dedos, não me parece que seja isso o fundamental neste momento. É quase o mesmo que quando um filho cai e se magoa, e apesar de o termos avisado várias vezes, no momento em que estamos a levá-lo para o hospital não repetimos consecutivamente "eu disse-te", pois não? Só queremos é fazer tudo para que ele fique bem e o mais rápido possível. Apontar-lhe o dedo seria ridículo, quando tudo o que queremos é vê-lo bem.
Até agora ainda não tinha falado no drama de Pedrógão aqui no blogue, talvez até por egoísmo, porque estava a viver o meu próprio draminha minúsculo, mas que era o meu, bolas!
Os meus últimos dias têm sido um vendaval. Felizmente não pelos motivos tão graves quanto os que agitam Pedrógão Grande e as vítimas do devastador incêndio. São motivos meus, que não importam agora partilhar, ou pelo menos que não me sinto preparada para os partilhar.
Melhores dias virão! A vida não é sempre um mar de rosas, mas também só é o drama que dele quisermos fazer. O que há a fazer nesses momentos? É levantar a cabeça e recomeçar tudo de novo se for preciso. A vida também é muito o que fazemos dela, e deixar de fazer algo com medo de errar é a pior forma de vida.
Fixo-me no meu marido, nos meus filhos e na enorme sorte que tenho em os ter. Agarro-me ao amor enorme que me têm e à felicidade de saber que sou fundamental nas suas vidas. Conforto-me com os amigos maravilhosos, que os tenho, que estão sempre lá quando é preciso, e que sabem exactamente quando me deixar a sós, na minha introspecção. O resto, mais desilusão, menos desilusão, que se lixe! É apenas a vida a ser vivida.
No matter what, I rise!