Todos fomos adolescentes um dia.
Já todos mentimos aos nossos pais para termos acesso a uma liberdade que não nos era permitida, para fazer coisas que no nosso entender não têm mal nenhum, mas que sabemos à partida que os nossos pais não vão gostar.
Também o fiz. Cheguei a ser apanhada algumas vezes e tinha obviamente direito a sermão e missa cantada, e não voltava a fazer.
Mas vamos aos factos:
No fim-de-semana passado fomos 4 dias para fora. Viajámos para a Grécia para o Limoneiro se estrear na Maratona de Atenas. Pedimos à Smartieteen e ao Timteen (ambos com 16 anos) para, apesar de terem chave de casa, não comerem nem dormirem em casa, e ficarem na casa dos pais respectivos. Se precisassem de alguma coisa podiam obviamente ir a casa buscar, mas que tivessem o cuidado de deixar tudo arrumado e não se esquecessem de trancar a porta de casa quando saíssem.
Partimos descansados, pensando que o pedido iria ser cumprido.
Mas não. Num dos dias tomámos conhecimento que o Timteen teria convidado amigos para uma festa em casa, com direito a jantar e tudo, e que para tal retirou tapetes, mesas, molduras e arrecadou tudo num dos quartos.
O que ele não sabia é que eu tinha pedido à Smartieteen para ir a casa tratar da Tartaruga Cócegas. Assim que ela se apercebeu da aflição dele por ter sido apanhado, pediu-lhe que ele contasse o que se estava a passar, caso contrário contaria ela.
A minha primeira reacção foi achar que estavam ambos a brincar comigo e com o pai, que os miúdos se tivessem juntado para nos pregar uma partida e ver como reagirámos. Talvez por isso, quando percebi que afinal era mesmo verdade, fiquei tão magoada. Ao ver que foi apanhado começou a mandar mensagens ao pai a perguntar se podia levar amigos lá para casa.
Nessa altura já não havia nada que ele pudesse dizer que limpasse a desilusão que apanhei. Senti-me traída pelo meu próprio filho. E não tem a ver com o facto de ele ser meu enteado e não meu filho, como algumas amigas me disseram. Se tivesse sido a minha filha a fazê-lo em vez dele, tinha sentido a mesma desilusão, ou até mais.
Nem foi pela casa ou pelo que pudesse aparecer estragado, sujo ou partido que eu fiquei revoltada. Fiquei revoltada sim pela mentira, senti-a como uma traição. Nunca pensei que o nosso puto nos pudesse mentir desta forma deliberada, e só nos falasse no assunto porque foi apanhado. Caso contrário, nunca teríamos sabido de nada.
E agora, o que fazer? Como reagir a isto?
De que forma devemos transmitir-lhe que o que fez é inaceitável e que não admitimos que se repita?
Como assegurar que da próxima vez vai optar por nos pedir previamente em vez de voltar a mentir?
Nunca fui apologista do bater. Acho que não traz qualquer mais-valia a não ser o descarregar da nossa raiva. Sempre fui mais apologista do ralhete e do castigo (e uma palmadita de vez em quando, vá). Mais do que isso, sou apologista de chegar a um compromisso para que a situação não se repita: "Até posso deixar que recebas colegas em casa, mas para isso tens de pedir. Não é fazer tudo às escondidas. Se por acaso, ouvires um não, só tens é que respeitar a nossa decisão".
E vocês, como reagiriam a isto?
Eu arranjava um castigo bem forte. A minha filha hoje disse-me que tinha os trabalhos de casa feitos e a irmã mostrou-me que ela não os tinha feito. resultado, um dia sem mexer em tecnologias. Mas a minha tem 9 anos. Se me fizessem uma coisa do género não sei que castigo daria. Deverás sempre por a tónica na mentira.
ResponderEliminarTambém sou das que acha que há coisas que não podem passar sem um raspanete e um castigo. Acho que nunca fez mal a ninguém.
EliminarCada caso é um caso... no caso do meu resultou tirar-lhe a ps e o tablet (que já só jogava ao fds) e dar-lhe livros para passar o tempo. Começou a fazer os tpcs, tem os cadernos impecáveis e as notas acima do 80... claro que o castigo acaba dia 15 com as aulas... a ver vamos se não se repete.
ResponderEliminarTambém não é suposto que o castigo seja eterno. Espero que corra bem contigo :-)
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