Toda a comida precisa de uma pitada de sal, toda a vida precisa de um toque de limonada.
A Limonada da Vida
quarta-feira, janeiro 23, 2019
Esta manhã fui à creche, mas sem a Maria
A Maria Limão tem agora 7 meses. Desde os 5 que está na creche.
Neste curto espaço de tempo, para além de estar sempre ranhosa e constipada, já apanhou uma gastroentrite e uma faringite.
Novidade de ontem? Uma conjuntivite no olho direito, e que muito provavelmente afectará o outro olho. Já para não falar que poderá contagiar o resto da familia.
Para além de começar logo o tratamento com um antobiotico ocular recomendado pelo pediatra, a Maria Limão não deverá ir à escola nos próximos dois dias. E por isso, esta manhã, mais uma vez, não levei a Maria à creche. Aliás, este mês ainda só foi 9 dias à escola. É mais o tempo que a criança está em casa do que o que ela passa na creche.
Esta manhã fui à creche na mesma, mas sem Maria. E o que fui eu fazer à creche sem a Maria?
Avisar, avisar para que a creche possa fazer uma limpeza mais adequada, para que as funcionárias tenham outros cuidados entre as crianças, pois na verdade são elas que cuidam deles e que muito provavelmente transmitem o "bicho" duns miúdos para outros, para solicitar que avisem os outros pais, para o que entenderem por necessário.
Sim, eu também gostaria de ter sido informada de que havia casos de conjuntivite na escola. Muito provavelmente teria tomado outros cuidados com a Maria, como por exemplo, evitar mandá-la para a escola sempre tivesse a possibilidade de alguém ficar com ela.
Eu tive esse cuidados todos: de não mandar a Maria para a creche para não contagiar mais ninguém, e o cuidado de avisar os outros para quem tomem as devidas medidas. Mas pela conversa que tive com a auxiliar da creche, há muito quem não tenha esse cuidado. Aliás, há muito quem tenha os filhos doentes, com febre, dão-lhes um benuron e toca de os mandar para a escola na mesma, na esperança que aquilo passe e ninguém dê por nada. Não por serem maus pais, mas muitas vezes porque têm os patrões à perna e o emprego por um fio.
Não me interessa apontar o dedo, mas sim encontrar soluções, só que para isso há que descobrir afinal a culpa é de quem?:
- das creches que são autênticos infectários por falta de cuidados?
- dos pais que os mandam para a escola doentes?
- dos patrões que chantageiam os pais com ameaças de despedimentos?
- de todos os anteriores?
Vejamos o lado dos patrões. Por muita compreensão e compaixão que haja por uma recém-mamã e pela cria que está constantemente a exigir cuidados extra, o trabalho tem de aparecer feito.
E quem não depende dum patrão e de um vencimento, mas de si mesmo? Como fazem aqueles que estando dias sem trabalhar deixam de facturar e consequentemente deixam de receber?
Felizmente eu e o Limoneiro temos alguma flexibilidade nos nossos empregos, e dividimo-nos muitas vezes para que possamos ambos cuidar da piolha à vez e adiantar algum trabalho no escritório enquanto o outro está com ela, mas quem não tem essa facilidade? Quem não tem com quem os deixar quando estão doentes, como faz?
E mesmo que tenhamos com quem os deixar, quem tem a coragem para deixar um filho a arder em febre com os avós, com a empregada, etc., quando a única coisa que o consola e o acalma é o colo da mãe?
No caso da conjuntivite não me custa que ela fique com outras pessoas, pois apesar de tudo ela está bem, come bem, está bem disposta e sorridente, como habitual. Mas já a tive nos meus braços a arder em febre, prostada e encostada ao meu peito, cheia de dores de garganta ao ponto de não conseguir comer, e eu a pensar que o meu colo era naquele momento o único conforto que lhe podia dar.
Não sei quantas mais “ites” a desgraçada ainda tem para apanhar, mas custa-me vê-la constantemente com alguma maleita, por muito simples e facilmente curável que seja.
Bem sei que tudo o que ela "apanhar" agora está apenas a ensinar o seu corpo a lutar contra vírus e bactérias no futuro, mas por enquanto isto é um desgaste enorme. E bolas, ela é tão pequenina! A minha esperança é que com a catrefada de vezes que ela já ficou doente, a probabilidade de se repetir seja efectivamente diminuta. A ver vamos as cenas dos próximos capítulos.
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Infelizmente a creche é mesmo assim, o meu entrou com 6 meses e passava cada mês duas semanas em casa por causa disso!! E também fiquei maluca quando ouvi histórias de pais que punham supositórios e os levam para a escola como se nada tivesse a acontecer... É triste muito triste!
ResponderEliminarAté que idade foi assim? Foi melhorando?
EliminarSim foi melhorando bastante, mas gradual, conforme foi ganhando defesas, aos dois anos quase Não é faltei!
EliminarO problema está no governo português que não dá condições às mães para ficarem com os seus filhos pelo menos até fazerem 12 meses. Nos países nórdicos defendem as famílias ,aqui ninguém quer saber delas nem creches há, nem amas, nem apoios às famílias numerosas. Com o meu mais velho aconteceu tudo isso que acontece com a Maria. Não quero desanimar, mas só quando chegou aos 3 anos é que deixou de ficar doente. Em Portugal não são só os patrões que pressionam as mães, os colegas de trabalho tb fazem um género de perseguição às mães, pois quando elas não estão a trabalhar, são eles que têm de fazer o trabalho ... Eu sofri isso na pele e fui das que dei um benuron e mandei o meu filho para a creche, quando a minha vontade era exercer apenas o meu papel de mãe. É por isso que os meus novos rebentos ainda estão comigo em casa, vão fazer 7 meses e estão com uma saúde de ferro. Se puder tira-la da creche, faça-o, por si e por ela, pelo menos até aos 12 meses...
ResponderEliminarTambém acho que há ainda muito por fazer.
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