domingo, janeiro 04, 2015

Dá para fazer isto em Slow motion?

Isto está a ser rápido demais para mim... em directo, ao vivo e a cores, em tempo real, sem direito a Rewind ou Replay, e num piscar de olhos já lá vão 14 anos.

Parabéns filhota!  És ainda uma menina, mas enorme na tua perspicácia, na tua maturidade, no teu sentido de justiça, na tua generosidade.

Tu és a minha aprendizagem diária e a minha obra de arte, num só. És resultado ao mesmo tempo que és experiência. Não trazias livro de instruções, nem tirei curso superior para te criar, mas saíste-me bem. És a minha maior aventura, e eu tenho muito orgulho da pessoa que te estás a tornar.

Gosto de saber que te entregas às coisas com alma.
Gosto que penses pela tua cabeça, que não sejas uma Maria-Vai-Com-as-Outras.
Gosto que tenhas paixões por coisas diferentes (música, teatro, cinema).
Gosto que gostes de estar comigo.
Gosto que te preocupes com os outros e não vivas centrada no teu umbigo, no egoísmo tão típico da adolescência.
Não Gosto que tenhas mau perder e que não consigas rir-te de ti própria. Isso é um dom, sabias? Nem tudo tem de ser sério.

Eu sei, fala a rainha dos dramas, e do "tudo tem de estar perfeito", e do "arruma o teu quarto", e do "vai tomar banho", mas é esse o meu papel, entendes? O teu papel é dar-me dores de cabeça e podes dar, estás no teu direito.

Não te vou esconder que, tal como a generalidade dos pais, tenho sonhos para ti, de coisas que quis fazer e não fiz, de coisas que quis ser e não fui, mas prometo que não me vais desiludir se não os cumprires. Apesar de responsável por te dar vida, tu não és a minha segunda oportunidade. Não és tu que tens de dar vida ao que eu não fui. Tu só tens de cumprir o que à tua vida diz respeito, não tens de preencher os meus vazios.

Não faz mal se errares, desde que sejam os teus erros e não os dos outros.  Aprende-se muito com os erros, sabes?
Não faz mal arriscar, isso é viver.

Lembras-te quando eras pequenina e eu te dizia que as mães são mágicas, que têm super-poderes e que têm um dedo que adivinha coisas?  A verdade é que, tal como a grande maioria das mães, tenho receio daquilo que possas vir a sofrer, e por isso vivo sempre preparada para combater o que for preciso na luta pela tua felicidade. E é nisto que as mães são super-heroínas. Estão prontas para o que der e vier.

Por isso, brinca, cresce, sorri, arrisca, petisca e vive sem pressas de ser crescida. Faz as tuas escolhas, aprende as tuas lições, percorre o teu caminho, mas fá-lo em Slow Motion, please.

Eu estarei aqui sempre a amar-te desmesuradamente, pronta para um conforto em forma de abraço, para o sorriso que te anima, para aquela cumplicidade no olhar que só nós entendemos.

Love you baby




Everything I give you all comes back to me











2 comentários:

Diz o que te vai na alma